Padre Geovane Saraiva*
A redenção é a grande obra
salvífica de Deus, que, em sua indescritível bondade, ternura e mistério de
amor, fazendo-se homem, quis e quer eternizar a criatura humana, restaurando-a
e reconciliando-a consigo. É dentro desse contexto que a Igreja comemora São
Pedro e São Paulo, duas pessoas profundamente marcadas pela graça de Deus, que,
para os seguidores de Jesus de Nazaré, no decorrer dos séculos, foram
imprescindíveis, ao marcar e personificar a Igreja, de um modo ininterrupto, em
toda a sua história. De imediato, compreenderam que o Reino de Deus, anunciado
por seu Mestre e Senhor, tem características bem definidas e próprias: o
serviço da justiça e a caridade para com os irmãos. A ilusão de um poder
messiânico, de um Messias triunfalista, conquistador e guerreiro, que logo iria
restaurar o poder temporal em Israel, com certeza, compreendida como fora de
cogitações.

O apóstolo Pedro conviveu com o
Mestre e fez parte do Colégio dos Apóstolos, testemunhando com os próprios
olhos a vida, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus, e confessando: “Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo!”, recebendo, da parte de Jesus, um grande elogio:
“Feliz és tu, Simão, porque não foi a carne nem o sangue que te revelaram isso,
mas o meu Pai que está nos céus” (Mt 16, 16-17). Pedro nos recorda a Igreja
instituição com o poder de Deus que ele recebeu de ficar à frente da exigente e
fascinante missão de continuar, com dignidade e responsabilidade, o trabalho de
santificar, ensinar e governar o rebanho do Senhor.
Que os cristãos, agradecidos, não
cessem de render graças ao bom Deus, pelo maravilhoso encontro do apóstolo
Paulo com o Filho de Deus na estrada de Damasco, encontro este que mudou por completo
a sua vida, a ponto de suportar tudo por causa do Reino, agradando e sendo
sempre fiel ao seu Mestre e Senhor, vivendo o que anunciava, dizendo com
humildade e coração aberto: “Pela graça de Deus, sou o que sou (...)”. Paulo
nos lembra o anúncio do Evangelho, os carismas e a missão das comunidades que
abraçam a fé. Anunciar a boa-nova do Senhor Jesus Cristo foi para ele uma
exigência. Por isso mesmo esteve disposto a tudo, até perder a sua própria vida
por causa do Evangelho. “Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o
instante da libertação se aproxima” (2 Tm 4, 6).
É dever solidário de cada
cristão, diante da problemática do mundo hodierno, com dores e angústias de
toda natureza, comungar sempre mais com a exigente missão, hoje confiada pelo bom
Deus ao nosso querido Papa Francisco, a de participar das mesmas dores de Pedro
e Paulo. Em resposta ao seu constante pedido, que a nossa oração suba aos céus
na sua intenção, na luta por um mundo melhor para a humanidade, espalhada por
toda a extensão da Terra.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da
Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras
de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
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