Agência Ecclesia 24 de Junho de 2016, às 12:02
Visita marcada pela memória dos cristãos mortos há um século
Cidade do Vaticano, 24 jun 2016 (Ecclesia) - O Papa iniciou hoje uma visita de três dias à Arménia, onde vai rezar pelos cristãos que foram mortos há um século no país, durante o Império Otomano, e apelar à paz na região.
O avião que transportou Francisco chegou ao aeroporto internacional ‘Zvartnots’ de Erevan pelas 14H49 locais (11h49 em Lisboa), onde o Papa foi acolhido pelo presidente da Arménia, Serzh Sargsyan, e o patriarca da Igreja Apostólica local, Karekin II, bem como autoridades civis e religiosas e uma representação dos católicos do país.
Um coro infantil saudou Francisco e duas crianças ofereceram ao Papa um cesto de alperces, gesto tradicional de boas-vindas.
O programa da 14ª viagem internacional do atual pontificado inclui, este sábado, uma visita ao memorial dedicado às vítimas do genocídio arménio em Erevan, capital da Arménia,.
No memorial, Francisco vai reunir-se com uma dezena de descendentes das vítimas dos massacres e deportações em massa de arménios no início do século XX, incluindo familiares das 400 crianças que em 1915 foram salvas e ficaram hospedadas na residência pontifícia de Castel Gandolfo, perto de Roma, pelo Papa Bento XV.
A passagem pelo memorial de Tsitsernakaberd, construído em 1967, é um dos pontos centrais da visita do pontífice argentino, que já em abril de 2015 tinha celebrado uma Missa pelo centenário do ‘martírio’ (Metz Yeghern) arménio, durante a qual proclamou São Gregório de Narek como doutor da Igreja.
Francisco visita a Arménia a convite de Karekin II, ‘patriarca e catholicos de todos os Arménios’, das autoridades civis e da Igreja Católica.
A viagem teve início com um voo de 2895 quilómetros desde o aeroporto de Fiumicino (Roma), às 09h22 locais (08h22 em Lisboa).
Após a cerimónia de boas-vindas, o Papa desloca-se para um momento de oração na Catedral Apostólica Arménia em Etchmiadzin, com saudações de Karekin II e Francisco.
Às 18h00 locais está prevista a visita de cortesia do Papa Francisco ao Palácio Presidencial, seguido pelo encontro com as autoridades civis e com o corpo diplomático, meia hora depois.
O último compromisso do primeiro dia da viagem à Arménia será um encontro privado com Karekin II, no Palácio Apostólico.
O dia 25 de junho começa com a visita ao memorial de Tzitzernakaberd, seguindo-se um voo de 80 quilómetros até Gyumri, onde o Papa vai presidir à Missa na Praça Vartanants, única Eucaristia pública com a comunidade católica.
Às 16h45 vai ter lugar uma vista às catedrais arménia das Sete Chagas e arménio-católica dos Santos Mártires, antes do regresso a Erevan, com Francisco a fechar o dia na Praça da República, num encontro ecuménico de oração pela paz, com a companhia de Karekin II.
No domingo, último dia da visita, o Papa vai encontrar-se com os bispos católicos arménios no Palácio Apostólico em Etchmiadzin; às 10h00 participa na Divina Liturgia na catedral arménia.
Após esta celebração, Francisco vai almoçar com os responsáveis da Igreja Arménia e bispos católicos, seguindo-se uma oração no Mosteiro de Khor Virap, junto à fronteira turca e ao Monte Ararat - no qual o primeiro livro da Bíblia diz que pousou a Arca de Noé -, com a libertação simbólica de duas pombas brancas, símbolo da paz.
A cerimónia de despedida está marcada para as 18h15, na capital da Arménia, nação que conta atualmente com 280 mil católicos (9,6% da população).
O país recebe um Papa pela primeira vez desde a visita de João Paulo II, em 2001.
Ainda em 2016, Francisco regressa ao Cáucaso para visitar a Geórgia e o Azerbaijão, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.
Como arcebispo de Buenos Aires, o atual Papa teve oportunidade de contactar com a comunidade arménia na Argentina, a terceira maior no estrangeiro.
A Arménia é considerada “o primeiro país cristão”, dado que o rei Tiridates III proclamou o Cristianismo como religião de Estado em 301, ainda antes do Império Romano, sob o impulso de São Gregório, o Iluminador.
OC
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