sábado, 20 de agosto de 2016

Boa ideia inicial não sustenta terror 'Quando as Luzes se Apagam'

  domtotal.com
Cena do filme 'Quando as Luzes se Apagam' do roteirista e diretor James Wan.
Cena do filme 'Quando as Luzes se Apagam' do roteirista e diretor James Wan.

Por Rodrigo Zavala
Conciso e assustador, o curta-metragem “Lights Out” do diretor e roteirista David F. Sandberg foi um sucesso em 2013. A premissa era simples: uma mulher, antes de dormir, apaga a luz do corredor de sua casa e se depara com o vulto de uma mulher. Sucessivamente, ela apaga e acende a luz, percebendo que a silhueta se aproxima toda vez que estão no escuro.

Sem diálogos, o filme de três minutos caiu nas graças do produtor, roteirista e diretor James Wan, responsável pelas franquias “Jogos Mortais”, “Sobrenatural” e “Invocação do Mal”. Foi o primeiro passo para que virasse um longa-metragem, “Quando as Luzes se Apagam”, assinado pelo mesmo Sandberg, autor do curta original.

Mas, diferentemente de produções recentes como “Babadook” e “O Espelho”, ambas baseadas em curtas de muito sucesso, o cineasta não tinha uma história para se apoiar, apenas uma boa cena de fantasma. E é neste ponto, quando explica a gênese do suposto fantasma, que o filme se complica.

No roteiro, o jovem Martin (Gabriel Bateman) acaba de perder o pai (Billy Burke), violentamente morto por uma criatura misteriosa enquanto trabalhava. A mesma presença vive em sua casa e, aparentemente, conversa com a mãe, Sophie (Maria Bello), que mostra sinais de demência.

O garoto tem apenas ajuda de sua meia-irmã, Rebecca (Teresa Palmer), que passa a investigar a criatura que vive no escuro. O que eles não sabem é que a tal presença é uma mulher chamada Diana, cujo passado está ligado ao de Sophie e que não vai deixar ninguém ficar entre as duas.

Embora Sandberg consiga trazer tensão ao filme, com algumas situações engenhosas, o que ele tem de original se esgota logo nas primeiras cenas. Sobram sustos e duvidosas motivações dos protagonistas, em especial sobre o passado de Rebecca e sua relação com Diana.

A falta de um enredo mais coerente torna a produção, embora tecnicamente bem realizada, pouco convincente para quem é fã de terror, que pode enxergar, aqui, referências aos japoneses “O Chamado” e “O Grito”. Com um professor como James Wan, Sandberg poderia ter feito muito mais com sua excelente ideia inicial. Mas ficou devendo.

Clique aqui, confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!

Reuters

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