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Ecumenismo do caminho se faz com a oração e com a ajuda aos outros.
Por Cindy Wooden*
Joe Tosini acredita que no último dia Jesus vai julgar as pessoas levando em conta se elas alimentaram os famintos, vestiram os despidos e, principalmente, se amaram uns aos outros, e não se foram batizadas com uma pitada de água, como uma criança em uma comunidade católica, ou por imersão, como um adulto em uma cerimônia evangélica.
Joe Tosini, pentecostal, é fundador do Movimento João 17 (“John 17 Movement”), sediado em Phoenix, EUA. O movimento é uma iniciativa ecumênica voltada a formar relações e amizades entre os cristãos.
Diferentemente dos diálogos ecumênicos formais em que se engajam as igrejas católica, ortodoxas, anglicanas e protestantes históricas, o Movimento João 17 não envolve um diálogo ecumênico ou o exame das semelhanças e diferenças doutrinárias.
Tosini e outros focam as ações e as palavras de Jesus na Última Ceia e, em particular, na oração em João 17,21: “Para que todos seja um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste”.
O Papa Francisco vem sendo um grande apoiador do Movimento João 17 e outras iniciativas ecumênicas informais com evangélicos e pentecostais.
Esta e outras iniciativas se enquadram em um “ecumenismo do caminho”, que o papa descreveu durante um encontro em 12 de outubro com os membros da Conferência dos Secretários das Comunhões Cristãs Mundiais
Francisco disse ao grupo: “É importante que os teólogos estudem, entrem de acordo e expressam desacordo. Isso é muito importante. Entretanto, o ecumenismo se faz a caminho e a caminho com Jesus, não com o meu Jesus contra o teu Jesus, mas com o nosso Jesus”.
“O caminho é simples: Faz-se com a oração e com a ajuda aos outros”, continuou o papa. “Rezar sempre: ecumenismo da oração uns com os outros e todos pela unidade. O ecumenismo do trabalho em prol de tantas pessoas carentes, muitos homens e mulheres que hoje sofrem injustiças, guerras, coisas terríveis”.
Ao ajudar, ao praticar a caridade para com o próximo e ao rezar juntos, “isto é ecumenismo. Esta é a unidade. Unidade a caminho com Jesus”.
Tosini esteve no Vaticano no início de outubro. Ele ficou na pousada onde o Papa Francisco vive e participou de reuniões de planejamento dos eventos de 4 de junho, quando se comemorará a Festa de Pentecostes.
Em 2014, Francisco convidou algumas pessoas para virem Roma em 2017 a celebrar a Festa de Pentecostes, visando marcar o 50º aniversário do movimento carismático católico, cujas origens remontam a um retiro realizado em 1967 na Universidade deDuquesne, em Pittsburgh.
Tosini quer estar lá para celebrar com o Papa Francisco um novo processo, chamado por ele de “reconciliação relacional”: um processo que “não tem a ver com um alinhamento doutrinário” ou diferenças teológicas entre os cristãos. Trata-se de reafirmar que, em Cristo, os cristãos são irmãos e irmãs chamados a amarem uns aos outros, mesmo quando diferem entre si como irmãos, como em qualquer família.
“O escândalo da divisão é completamente contrário àquilo que Jesus pedia”, disseTosini.
“O nosso desafio vai ser a diversidade, as diferenças que temos”, disse ele, mas a chave é deixá-las se “reconciliar em Cristo”, assim como membros de uma família saudável aceitam a diferença como uma parte natural da vida familiar.
Um passo importante, acrescentou Tosini, é seguir o exemplo do Papa Francisco, tendo os católicos e pentecostais reconhecendo-se uns aos outros como cristãos e parando de tratar e falar negativamente entre si.
“Todos somos pecadores”, continuou. “Se todos nos focarmos em Jesus como sendo o único Senhor, aquele que salva; se nos focarmos nisso, se nos aproximarmos desta cruz, limitamos todas aquelas distinções” que criam hostilidade e a “ignorância e intolerância que, muitas vezes, marcaram as relações entre católicos e evangélicos”.
Unindo-se como irmãos e irmãs, os cristãos são chamados a ir ao mundo juntos, disse ele. Em Mateus 25, Jesus disse que as pessoas seriam julgadas levando em conta se deram de comer aos famintos, se visitaram os enfermos e se consolaram os que choram; “ele não disse: ‘a propósito, como vocês foram batizados?’”
“O nosso mundo perdido e agonizante está desesperado em ver uma família amorosa e saudável”, disse “John 17 Movement”. “É o clamor do coração humano, e essa é a parte que estamos tentando pôr em prática”, unindo os cristãos e dizendo: “Perdoemos uns aos outros, amemos uns aos outros, respeitemos uns aos outros, escutemos uns aos outros, comamos juntos em primeiro lugar”.
Crux / IHU - Tradução: Isaque Gomes Correa.
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