Missão: testemunho e anúncio do amor trinitário

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A missão cristã nasce da experiência com Jesus Ressuscitado.

Missão remete à ideia de saída rumo a outros lugares e ao encontro de outras pessoas.

Por Felipe Francisco Magalhães*

A palavra missão nos remete, sempre, à ideia de partida, de saída rumo a outros lugares e ao encontro de outras pessoas. Esse é um significado legítimo, não há dúvidas, para o que a missão significa, afinal, existir é já uma missão: sair de nós mesmos. Compreendendo a missão a partir dessa dimensão do existir, é possível, e importante, que pensemos a missão também como aquilo que nos configura como cristãos e cristãs: isso nos insere na perspectiva de que a missão diz respeito ao que somos.

O mês de outubro, na Igreja do Brasil, é dedicado às missões, como impulso a que não nos esqueçamos dessa importante dimensão da vida cristã. A missão cristã nasce da experiência com Jesus Ressuscitado, que nos leva a anunciar a alegria do Reino a todos e todas, como convite para que faça0m parte da festa da Vida. Encerrando o mês de outubro, dedicamos nossa matéria especial ao importante tema da missão.

No primeiro artigo, Ir e anunciar, da teóloga Profa. Dra. Aurea Marin Burocchi, é-nos proposto um olhar para a gênese da missão cristã, que é a experiência com Jesus Ressuscitado, a partir do que os evangelhos narram, que nos leva à compreensão trinitária de toda missão. No artigo, a autora nos ajuda a perceber que a missão, como impulso batismal, diz respeito a todos os cristãos e cristãs, como imperativo evangélico.

O padre missionário Francesco Sorrentino, mestre em teologia, apresenta-nos o artigo Espiritualidade missionária, o qual, a partir da dimensão trinitária, aborda esse importante tema, que deve nortear a vida de todos os missionários e missionárias. No artigo, o autor contribui para que percebamos que somos chamados a ser uma “Igreja em saída” porque nos inspiramos no próprio agir trinitário: o Pai, fonte de toda missão, envia-nos o Filho e o Espírito, desde a criação e por toda a história da salvação, como sinal efetivo de sua autocomunicação ao mundo, inspiração de nosso serviço missionário.

Por fim, apresentamos a entrevista feita com o assistente social e missionário, Marcelo Bleme, que, a partir de sua experiência jovem, conta-nos sobre seu trabalho missionário, ajudando-nos a perceber que A língua que nos une é o amor, condição de possibilidade para toda e qualquer missão que se diga cristã.

Boa leitura!

* Felipe Magalhães Francisco é mestre em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).