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O valor da Teologia é conjugar dimensão crítica e estética.
Professor João Manuel Duque em sessão de autógrafos.
Por Gilmar Pereira*
Na manhã do dia 07 de Outubro, o professor João Manuel Duque, da Universidade Católica Portuguesa, esteve presente ao XII Simpósio Internacional Filosófico-Teológico da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), ministrando a conferência “Que Filosofia para que Teologia?”. Atento aos desafios dessas duas áreas, o professor apontou caminhos no diálogo com o que chamam pós-modernidade.
Questionado sobre a inacessibilidade dos discursos Teológicos pautados em uma Filosofia demasiado acadêmica, João Duque indicou em que medida as duas áreas devem ser equilibradas: “Por um lado compreende-se e é certo que a Filosofia e certa Teologia terão que cuidar a sua linguagem relativamente a um determinado público senão não se entende e, portanto, não adianta também escrevê-la ou fala-la. Por outro lado, sem a base filosófica a dimensão crítica da teologia perde. O que significa que, se é importante estudar a teologia no contexto atual, é precisamente para desenvolver sua dimensão crítica relativamente aos fundamentalismos. O estudo puro, sem filosofia, pode não servir a essa finalidade. O desenvolvimento do pensamento crítico é típico da filosofia. Cabe aos mediadores, que são os professores, tornar a dimensão crítica da filosofia acessível para depois a Teologia se beneficiar disso enquanto dimensão crítica” (sic).
Segundo o professor, os Estudos Teológicos podem também ser mais acessíveis e agradáveis sem que se perca sua criticidade: “Há que jogar um bocado com os dois elementos, uma teologia e uma religião demasiado crítica ou racional torna-se fria e não envolve as pessoas; uma religião baseada na estética pode perder a dimensão crítica e tornar-se de fato fundamentalista ou pelo menos tradicionalista e ser vivida só para o prazer das pessoas. O valor da Teologia é conjugar esses dois aspectos. Um desafio ainda maior seria que a Teologia conseguisse através da via estética desenvolver o espírito crítico simultaneamente” (sic.).
No mesmo dia, João Manuel Duque lançou seu livro “Para o diálogo com a pós-modernidade”, editado pela Paulus. A ocasião foi marcada por uma sessão de autógrafos. Após o lançamento, o simpósio seguiu com seminários e comunicações, cujo objetivo era investigar as possíveis tensões e relações entre Filosofia e Teologia. Ao fim do dia, para encerrar, houve um momento lúdico, embalado por canções, porque não só de discussões teóricas se faz o pensar.
Redação DomTotal
*Gilmar Pereira: Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, graduado em Filosofia pelo CES-JF, graduando em Teologia pela FAJE. Apaixonado por arte, cultura, filosofia, religião, psicologia, comunicação, ciências sociais... enfim, um "cara de humanas".
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