domingo, 13 de novembro de 2016

Pierce Brosnan é chantageado por estagiário de informática em 'Invasão de Privacidade'

 domtotal.com
Roteiro tem corrente de clichês mal resolvidos com diretor de 'Duro de Matar'.
James Frecheville em 'Invasão de Privacidade' do diretor John Moore.
James Frecheville em 'Invasão de Privacidade' do diretor John Moore.

Por Alysson Oliveira

No suspense “Invasão de Privacidade”, o personagem de Pierce Brosnan, Mike Regan, é um homem analógico num mundo digital. Isso torna-se claro logo na primeira cena, quando não consegue domar sua cafeteira ultramoderna.

Mas nada disso é problema, dado o simples fato de que ele é rico, muito rico, e pode pagar para que façam as coisas por ele. Magnata da aviação, pretende expandir os negócios com um aplicativo à la Uber, que permitiria a proprietários alugar suas aeronaves.

Os problemas, no entanto, começam logo na apresentação de um vídeo para os funcionários da empresa. Quem “salva” sua vida é o “estagiário de T.I.” Ed Porter (James Frecheville) que, ao consertar o bug da exibição, cai nas graças do patrão, com direito à efetivação, aumento de salário e uma visita à casa de Regan, para consertar o wi-fi que anda lento.

Ed logo se engraça com a filha adolescente de Regan, Kaitlyn (Stefanie Scott), e o óbvio acontece: o patrão não gosta nada disso e compra briga com o ex-estagiário, que mostra que a suposta segurança da casa controlada por tecnologia é apenas uma brecha para infernizar a vida de toda a família.

Dirigido por John Moore (“Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer”), “Invasão de Privacidade” é um techno-thriller que conta com a boa vontade de seu público para engolir, antes de mais nada, a ingenuidade e falta de tato com o mundo digital do protagonista. Ninguém chegaria à posição de Regan com tanta inocência. No entanto, é preciso comprar essa ideia para que o filme funcione, além de aturar uma corrente de clichês mal resolvidos.

Não que a tecnologia não permita que Ed, um perito nisso tudo, possa infernizar a vida da família do ex-patrão, mas o roteiro, assinado por Dan Kay e William Wisher, abusa da boa vontade do lado de cá da tela.

Como a maior parte dos filmes sobre privacidade e segurança na internet, a questão central é que ninguém mais está protegido. Ed tem acesso ao carro, à casa e até à intimidade da família – grava um vídeo da garota no banho. Para lutar contra isso, Regan usará as mesmas armas.

Brosnan é quem dá fôlego ao filme e coloca seu personagem na galeria “Papai Coragem” – cujo exemplar mais forte e reincidente na memória recente é Liam Neeson em seus vários filmes salvando a família. Por outro lado, o australiano Frecheville constrói seu psicopata com muitas caras e bocas e logo se entrega como o grande vilão do filme.

Clique aqui, confira o trailer e onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!

Reuters

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