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O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé reage à 'novela' sobre Amoris Laetitia.
O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cardeal Gerhard Ludwig Müller (Reuters)
Por Andra Tronielli
Cidade do Vaticano – Quando à “novela” das “dúvidas” manifestadas por quatro cardeais em relação à exortação «Amoris laetitia» se manifesta novamente o card. Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmando que «neste momento não existe possibilidade de uma correção ao Papa porque não existe algum perigo para a fé». O purpurado, em entrevista ao vaticanista do Tgcom24, Fabio Marchese Ragona, durante a transmissão do programa «Stanze Vaticane», também manifestou seu desacordo com a publicação das «dúvidas».
Um pouco mais de um mês atrás, após ter apresentado as cinco «dúvidas» - questões sobre a interpretação da «Amoris laetitia» em relação à questão dos sacramentos aos divorciados em segunda união apresentadas na modalidade técnica de um pedido de esclarecimento à Congregação para a Doutrina da Fe - os quatro cardeis signatários, Walter Brandmüller, Raymond Leo Burke, Carlo Caffarra e Joachim Meisner, decidiram divulga-las através dos meios de comunicação social. A publicação aconteceu alguns dias antes do consistório de novembro. Em seguida, em várias entrevistas, o card. Burke falou várias vezes de uma possível e próxima «correção formal» do Papa, no caso de uma não resposta. Entrevistado pelo Vatican Insider, o card. Brandmüller esclarecia que esta correção deveria acontecer «in camera caritatis» e, portanto, não teria sido publicada.
Agora o Prefeito da Doutrina da Fé parece afastar a hipótese da «correção». «Cada um», afirmou Müller ao Tgcom24, «sobretudo, os cardeais da Igreja Romana, têm o direito de escrever uma carta ao Papa. Fiquei pasmo pelo fato desta carta ter sido divulgada, quase obrigando o Papa a dizer sim ou não. Disso não gostei. Também uma possível correção fraterna do Papa», continuou, «me parece bem distante, não é possível neste momento porque não se trata de um perigo para a fé como disse são Tomás de Aquino».
O prefeito vaticano acrescentou ainda: «Estamos muito longe de uma correção e afirmo que é um mal para a Igreja discutir estas coisas publicamente, A "Amoris Laetitia" é muito clara em sua doutrina e podemos interpretar toda a doutrina de Jesus sobre o matrimônio, toda a doutrina da Igreja nos seus 2 mil anos de história». Papa Francisco, concluiu o cardeal, «pede para discernir a situação destas pessoas que vivem uma união não regular, isto é, não de acordo com a doutrina da Igreja sobre o matrimônio, e pede para ajudar estas pessoas a encontrarem um itinerário para sua nova integração na Igreja de acordo com as condições dos sacramentos, da mensagem cristã sobre o matrimônio; por outro lado, é obrigação da Igreja se preocupar com estas pessoas em dificuldade».
Vatican Insider/ SIR
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