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A ação libertadora de Jesus significou a realização da justiça na vida dos empobrecidos e empobrecidas.
Ensino Social da Igreja compreende a justiça que se volta para a valorização da pessoa. (Divulgação)
Felipe Magalhães Francisco*
No último dia 20 celebramos o Dia Mundial da Justiça Social. Esse é um tema candente na pauta de quem luta por um mundo melhor, de dignas oportunidades para todos e todas. Para o cristianismo, esse tema, que se insere no contexto do Ensino Social da Igreja, é muito importante, pois nos coloca diretamente no horizonte do Reino de Deus. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33).
A ação libertadora de Jesus significou a realização da justiça na vida dos empobrecidos e empobrecidas. Toda a prática de justiça realizada por Jesus consistia na valorização da dignidade da pessoa. É nesse contexto que o Ensino Social da Igreja compreende a justiça: ela está voltada para o reconhecimento e valorização da pessoa. Essa busca pela concretização da justiça se faz cada vez mais necessária, quando as pessoas valem menos que as mercadorias que produzem e que sequer delas podem se beneficiar.
No Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, temos retrocedido quanto às pautas sociais. E a população, padecendo com a conivência dos poderes públicos, fica à mercê da própria sorte, na busca por melhores condições de vida, num contexto de grandes perdas sociais e de desesperança. Aos cristãos e cristãs, essa realidade demanda empenho na busca pela transformação dessa realidade de injustiça e de desumanização, pois trata-se de fazer aquilo mesmo que Jesus, o Mestre, fez e nos ordenou que fizéssemos.
O primeiro artigo de nossa matéria especial, O que é justiça social?, do Prof. Dr. Élio Gasda, propõe-nos uma leitura do que seja a justiça social, na perspectiva do Ensino Social da Igreja. O artigo nos instiga a pensar sobre essa importante realidade, como convite à reflexão e a busca pela transformação das estruturas, ressonando em nossa história do Evangelho de Jesus, que nos insere no Reino de justiça.
No segundo artigo, de nossa autoria, Desigualdade social, mal a ser vencido, propomos uma leitura do Brasil, percebendo os empecilhos que impedem a superação da desigualdade social, verdadeira chaga que faz sangrar milhões de brasileiros e brasileiras.
O terceiro e último artigo, Projetos sociais: a busca pela justiça social, da Ms. Ir. Ana Maria de Castro, partindo do contexto da Obra Social Padre José Baldo, situada em Ribeirão das Neves, ajuda-nos a refletir sobre a importância dos projetos sociais na realização da justiça, buscando a dignidade dos empobrecidos e empobrecidas pelas muitas causas que impedem o florescimento da vida.
Boa leitura!
*Felipe Magalhães Francisco é mestre em Teologia, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Coordena a Comissão Arquidiocesana de Publicações, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015).
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