sábado, 25 de fevereiro de 2017

Igreja comemora hoje dois santos mártires salesianos assassinados na China

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Fev. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 25 de fevereiro, é celebrada a festa dos Santos Luís Versiglia e Calisto Caravario, mártires salesianos assassinados por comunistas na China. Eles defenderam a honra e a dignidade de três jovens que escaparam de ser violadas e escravizadas.

“O missionário que reza muito alcança muito”, costumava dizer o Bispo São Versiglia, enquanto o presbítero São Caravario, dias antes de morrer, escreveu à sua mãe: “Passará a vida e acabarão as dores: no Paraíso seremos felizes. Nada te perturbe, minha boa mãe; se levas tua cruz na companhia de Jesus, será muito mais leve e agradável...”,

Luís Versiglia nasceu na Itália em 1873. Aos 12 anos ficou fascinado por Dom Bosco. Depois da morte do santo, decidiu se tornar salesiano para sair em missão.

Em 1895, foi ordenado sacerdote. Foi nomeado diretor de noviços em Roma pelo Beato Miguel Rua e, posteriormente, liderou um grupo de salesianos que chegaram à China em 1906. Instalaram-se com uma obra em Macau e com uma frente missionária em Heungchow.

São Luís Versiglia abriu orfanatos e oratórios salesianos e, em 1921, foi consagrado Bispo do Vicariato Apostólico de Shiuchow. Sob seu impulso, multiplicaram-se as casas missionárias, institutos, asilos, orfanatos e teve início o seminário de nativos.

São Calisto Caravario, por sua vez, nasceu em Turim (Itália), em 1903. Quando o jovem salesiano se encontrou com Luís Versiglia em 1921, disse-lhe: “Encontrarei vocês na China”. Anos depois, cumpriu sua promessa, recebendo a ordenação sacerdotal das mãos do Bispo São Versiglia. Em seguida, foi enviado à missão de Lin-chow.

Nessa época, a situação política na China havia se tornado tensa, especialmente contra os cristãos e os missionários estrangeiros. Até as Igrejas eras incendiadas. Dessa forma, começaram as perseguições.

O Bispo Versiglia realizou uma visita pastoral a Lin-Chow e o Pe. Caravario saiu para recebê-lo no caminho.

Em 25 de fevereiro, os dois celebraram a Missa em Ling Kong-how e, em seguida, pegaram uma barca junto com dois professores e três jovens da missão (Maria, de 21 anos, Paula, de 16, e Clara, de 22). Na viagem, juntaram-se a eles uma catequista idosa e um menino.

Um grupo de piratas comunistas mandou que parassem a barca e, com fuzis e pistolas, pediram que os missionários pagassem 500 dólares para que pudessem passar. O Bispo disse a Caravario: “Diga-lhes que somos missionários e, portanto, não levamos dinheiro conosco”.

Os bandidos revistaram a barca, encontraram as meninas, que se escondiam rezando, e gritaram que iriam leva-las. Queriam violá-las e escravizá-las.

Os santos tentaram detê-los e foram muito agredidos. Os dois acabaram ensanguentados e presos com as jovens. Os piratas ordenaram aos outros que estavam na barca que regressassem para Lin-Kong-How, os quais alertaram as autoridades.

Sobre os missionários, a jovem Maria testemunhou: “Vi dom Caravario, com a cabeça inclinada, falava em voz baixa com o Bispo”. Estavam se confessando mutuamente. “O Bispo e dom Caravario nos olhavam, mostravam-nos o céu com os olhos e rezavam. Seu aspecto era amável e sorridente e rezavam em voz alta”.

Enquanto as meninas era transladadas, ouviram-se cinco disparos. Mais adiante, os bandidos comentavam: “Todos têm medo da morte. Pelo contrário, esses dois morreram felizes”.

Dias depois, os soldados regulares chegaram ao esconderijo dos bandidos, os quais fugiram abandonando as jovens. Em seguida, elas, de joelhos, rezaram diante dos corpos dos dois santos, que tinham dado sua vida para defendê-las.

São João Bosco sempre teve o desejo de ser missionário e, em um de seus sonhos, viu um cálice cheio de sangue que fervia e se derramava. Assim, compreendeu que os salesianos também teriam mártires. Por isso, São Versiglia e São Caravario, primeiros mártires salesianos, são representados com um cálice que derrama sangue.

O Beato Paulo VI os declarou mártires em 1976. Foram beatificados em 1983 e canonizados em 2000, por São João Paulo II.

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