São João Paulo II abraçando o Cardeal Wyszynski no Vaticano.
Foto: L'Osservatore Romano
ROMA, 21 Dez. 17 / 07:30 am (ACI).- A tua fé e confiança em Maria, apesar das perseguições, me ajudaram a ser Sucessor de Pedro, assegurou São João Paulo II ao Cardeal Stefan Wyszynski em 1978, em uma carta dirigida aos católicos poloneses, a qual se torna atual após o reconhecimento das virtudes heroicas do purpurado polaco na última terça-feira.
A carta foi envida no dia 23 de outubro de 1978 e nela São João Paulo II se dirigiu ao então Cardeal Primaz da Polônia, que foi preso e perseguido pelo regime comunista.
“Permita-me simplesmente dizer o que sinto. Este Papa polonês não estaria hoje na Cátedra de Pedro, cheio de temor de Deus, mas também de confiança, começa um novo pontificado, se não fosse pela tua fé, que não foi intimidada ante a prisão e os sofrimentos”, escreveu Karol Wojtyla.
São João Paulo II assegurou ao seu compatriota que não teria chegado a ser Papa “se não fosse pela tua esperança heroica, tua confiança ilimitada na Mãe da Igreja. Se não existisse (o santuário mariano de) Jasna Gora e todo o período que na história da Igreja em nosso país inclui teu ministério de bispo e primaz”.
“Não se esqueça de rezar por mim em Jasna Gora e em todo o país, a fim de que este Papa, que é sangue do vosso sangue e coração dos vossos corações, sirva bem à Igreja e ao mundo nos tempos difíceis que precedem o final deste segundo milênio”, concluiu a sua carta.
Em junho de 1979, São João Paulo II visitou a Polônia e em seu discurso aos bispos disse que “o Cardeal Primaz se converteu na pedra chave particular. Pedra chave que sustenta o arco, que reflete a força dos fundamentos do prédio. O Cardeal Primaz manifesta a força do fundamento da Igreja, que é Jesus Cristo. Esta é a sua força”.
“O Cardeal Primaz ensina, há mais de trinta anos, que esta força vem de Maria, Mãe de Cristo. Todos sabemos bem que graças a Maria pode brilhar a força do fundamento que é Cristo, e que se pode converter efetivamente em pedra chave da Igreja”.
Isto, continuou, “é o que a vida e o ministério do primaz da Polônia ensinam. Ele é a pedra chave da Igreja de Varsóvia e de toda a Igreja da Polônia. Esta é a missão providencial que ele desenvolve há mais de trinta anos”.
Em maio de 1981, São João Paulo II escreveu outra carta, desta vez com dor e esperança pelo recente falecimento do Cardeal Wyszynski.
Nesta carta, o Pontífice destacou novamente a figura do seu compatriota, que também foi o seu professor na universidade.
O Cardeal Wyszynski nasceu em Zuzela, em 3 de agosto de 1901. A sua primeira missão como bispo foi na Diocese de Lubin, de 1946 a 1948. Depois, foi transferido a Varsóvia e Gniezno, onde ficou até o seu falecimento em 28 de maio de 1981.
Foi criado Cardeal em 12 de janeiro de 1953 por Pio XII. Foi presidente da Conferência Episcopal Polonesa de 1956 a 1981 e durante todos esses anos enfrentou as autoridades comunistas.
Em 25 de setembro de 1953, foi preso em Rywad e, em seguida, colocado sob prisão domiciliar em Stoczek e no mosteiro de Komacza nas montanhas Bieszczady. Foi libertado em outubro de 1956.
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