domtotal.com
O frescor de um novo ano seja inspiração para uma nova postura diante da vida e do mundo.
Temas bastante pontuais se destacam e receberão bastante atenção, ao longo de todo o ano. Que eles não nos dispersem do cotidiano e que nós os vivamos com cuidadosa atenção! (Reprodução/ Pixabay)
Por Felipe Magalhães Francisco*
Findou-se 2017. Não sem dificuldades alcançamos 2018 e, neste primeiro dia de um novo ano, um horizonte se descortina diante de nós. É preciso que nos reconciliemos com 2017. Foi um ano deveras difícil para nosso cenário nacional, mas, sem dúvidas, de grande valia para nosso processo de aprendizado. Agora, uma oportunidade bastante simbólica – sinalizada pelo começo de um novo ciclo – de sermos melhores, mais atentos, na busca por equilíbrio, sobretudo por tudo que nos espera nesse ano. O frescor de um novo ano seja inspiração para uma nova postura diante da vida e do mundo: que não nos furtemos ao desejo e a à busca por realizar a verdadeira justiça, aquela que humaniza e que garante a dignidade de todos e todas.
Temas bastante pontuais se destacam e receberão bastante atenção, ao longo de todo o ano. Que eles não nos dispersem do cotidiano e que nós os vivamos com cuidadosa atenção!
Ao fim deste mês de janeiro, Lula será julgado em segunda instância, no caso do tríplex do Guarujá. Expectativas prós e contras o ex-presidente e possível presidenciável nas próximas eleições têm sido tecidas desde o último semestre do ano passado. O que as pesquisas têm revelado é que Lula, participando ou não das eleições, exercerá forte influência sobre elas. É preciso parcimônia dos que se portam aos dois lados, em relação ao ex-presidente: a polarização nas últimas eleições trouxe consequências graves para o país. Não ceder ao ódio é tarefa irrenunciável se, de fato, o que nos move é o bem-querer pelo país e pelo sonho de uma sociedade melhor. É possível viver as nossas convicções em postura dialogal.
O (des)governo de Michel é bastante competente, no que diz respeito a prejudicar a população brasileira, em favor dos donos do capital e do enriquecimento próprio. A Reforma Trabalhista, chamada pelos que ocupam o Executivo de “modernização das relações de trabalho”, já se mostrou a que veio: um desastre total que já precarizou milhares de empregos, sem contar nas ondas de demissões em massa, ocorridas tão logo as novas leis trabalhistas entraram em vigor. Agora, é a vez da Reforma da Previdência. O Congresso Nacional, da maneira como o constituímos nas últimas eleições, tem sido inimigo do povo brasileiro. Se não lutarmos, tal precarização da Previdência Social será feita, tal como a da CLT. Não ceder a essas forças que só trazem injustiça, sobretudo aos mais pobres, é responsabilidade cidadã à qual não podemos renunciar.
É ano de Copa de Mundo. A atenção se voltará para a Rússia. Ao longo do primeiro semestre, nós acompanharemos, insistentemente, previsões e estatísticas acerca das chances de a Seleção Brasileira conquistar o hexacampeonato. É certo que uma apreensão a mais nós teremos, este ano: superar a terrível derrota por 7x1 na Copa passada. A Copa do Mundo é um momento de respiro para muita gente. Mesmo muita gente que não gosta de acompanhar esportes acaba por se envolver com os jogos. É preciso cultivar momentos de alegria e de boas expectativas. Que esta seja uma oportunidade de alcançarmos leveza na vida: mesmo na responsabilidade que a todos e todas nos cabem, é preciso leveza para levar os dias, com esperança e alegria. Contudo, é preciso não descuidar: não deixemos que este seja uma ocasião a mais de nos manipularem.
Por fim, chamo a atenção para as eleições. É preciso não esquecer: não se tratam apenas de eleições para a presidência da República! Se estamos mergulhados na crise política em que estamos, é também por termos elegido um Congresso Nacional tão antipático à população brasileira. Que sejamos verdadeiramente responsáveis na escolha dos candidatos a quem confiaremos nossos votos, para os cargos do legislativo. Não esquecer o nome daqueles e daquelas que atuaram contra o povo e contra o país é imprescindível para isso. Também uma nova postura cidadã precisa surgir: não basta votar, é preciso acompanhar, com responsabilidade, a atuação dos eleitos e eleitas. Superemos o ódio ao qual cedemos, e nos revistamos de consciência verdadeiramente cidadã: a construção de um país justo e igualitário se faz com paixão, sim, mas não com a que vem do fígado.
Façamos, pois, um ano bom: que o nosso cotidiano seja feliz e que não deixemos que nos roubem a alegria e, sobretudo, a dignidade!
*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). Escreve às segundas-feiras. E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário