Padre Geovane Saraiva*
Jesus, depois de ser batizado por
João Batista no Rio Jordão, retirou-se para o deserto da Judeia e, durante 40
dias, jejuou, a fim de preparar-se para a missão de anunciar o reino de Deus.
Convém aqui recordar Moisés, que jejuou por 40 dias no Horeb, o monte de Deus.
Já o profeta Elias caminhou por 40 dias, até chegar à montanha de Deus. Somos a
Igreja de Deus em busca do referido monte, vivendo, em cada ano, o espírito da
Campanha da Fraternidade, que em 2018 está com o tema: "Fraternidade e
Superação da Violência". Que esta campanha convença e abra a mente e o
coração dos seguidores de Jesus de Nazaré, a viver a vida de filhos de Deus e
irmãos uns dos outros.
Alimentados e envolvidos pelo Senhor
Jesus, que o sagrado tempo da Quaresma seja de bênçãos e graças, no peregrinar do
nosso deserto do dia a dia, rumo à montanha sagrada. Gravemos na mente e no
coração a sua extraordinária força simbólica, como um tempo favorável na
caminhada do povo de Deus. Quaresma, na verdade, expressa um tempo santo e abençoado
(dias, noites e anos), em que Deus quer se revelar e se manifestar em toda a
sua plenitude, e quer uma única coisa dos cristãos: a conversão, a começar pelo
interior do coração.
Na certeza de que Deus quer nossa
conversão interior, respondamos, não só com súplicas e louvores, mas,
sobretudo, com o coração aberto aos sinais de Deus. É pelo essencial, invisível
aos nossos olhos, que somos chamados a um profundo mergulho no mistério de
Deus, neste tempo precioso da Quaresma. Voltemo-nos ao mistério invisível, como
nas palavras de Dom Helder Câmara: "Que eu aprenda afinal, com a paixão de
Nosso Senhor Jesus Cristo, a cobrir de véus o acidental e efêmero, deixando em
primeiro plano apenas o Mistério da Redenção”. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência
Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário