Abolição completa 130 anos neste domingo (13). Segundo especialistas, período de escravidão e falta de políticas públicas estão por trás de desigualdades atuais. Negros têm índices de educação mais baixos e condições de vida mais precárias, apontam dados do IBGE.
Por Clara Velasco*, G113/05/2018
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/x/p/K72nO9Sua7gL1kl3iKPQ/eliadellenwilliam.jpg)
Eliad, de 52 anos, Ellen, de 32, e Willian, de 21, relatam situações de dificuldades e preconceitos no mercado de trabalho (Foto: Celso Tavares/G1)
Eliad e uma conhecida ficaram desempregadas na mesma época. Uma amiga em comum resolveu ajudar. Encaminhou uma vaga de coordenadora de um projeto social em uma instituição pública para a conhecida. Para Eliad, ofereceu trabalho na sua casa, como doméstica. Eliad é negra; a conhecida, branca.
“Quem tinha expertise para trabalhar como coordenadora de um projeto era eu. Mas eu fiquei ali como doméstica. Precisava trabalhar, tinha uma filha para sustentar. É assim que as coisas funcionam”, diz Eliad dos Santos, de 52 anos.
Eliad tem mestrado em Teologia e História, estudou na Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e já assessorou e coordenou diversos projetos sociais, principalmente envolvendo temáticas de gênero e raça.
Por conta de sua alta escolaridade, ela acaba se sobressaindo em relação à média de negros no país, que têm índices de educação mais baixos. Mas afirma que, em muitas situações, o preconceito é mais forte que os seus diplomas. “O Brasil é muito cruel nesse sentido, desse racismo velado. É muito difícil mesmo”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário