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As juventudes são uma feliz interpelação às religiões.
Num contexto em que as pessoas lidam com as instituições, sobretudo as religiosas, de maneira mais autônoma, o tema do senso de pertença é muito importante. (Reprodução/ Pixabay)
Por Felipe Magalhães Francisco*
Na semana passada, dedicamos nosso especial para a reflexão a respeito da sensibilidade religiosa das juventudes, em meio ao processo de secularização que vivemos. O fenômeno religioso permeia toda a cultura e, muitas vezes, influencia de modo bastante significativo seus mecanismos. Tivemos a oportunidade, no último especial, de perceber duas perspectivas de sensibilidade religiosa: uma inside e outra outside.
Nesta semana, queremos aprofundar a reflexão a respeito da sensibilidade religiosa, em meio às juventudes, agora pautando a questão da pertença religiosa. Num contexto em que as pessoas lidam com as instituições, sobretudo as religiosas, de maneira mais autônoma, o tema do senso de pertença é muito importante. Essa é, aliás, uma questão bastante presente nas religiões proselitistas, que buscam meios, cada vez mais criativos, de não só crescer em número de fiéis, bem como de manter os que já compõem as fileiras religiosas.
As juventudes, nesse contexto, são as maiores interpelações das religiões. Cativá-las, de modo profundo e que lhes proponha um verdadeiro sentido, é uma tarefa muitas vezes angustiante para os líderes religiosos. As religiões são propostas que, geralmente, acompanham um estilo de vida próprio, que corresponda à fé professada. O tema de como lidar com a questão da pertença, num contexto de fluidez é uma problemática que não deve ser ignorada. Refletindo sobre a secularização e a questão da participação engajada nas religiões, temos o artigo Juventudes: entre a fluidez e a pertença, de Teófilo da Silva.
Também refletindo a respeito da secularização e juventudes, agora num aspecto de pertença cristã, temos o artigo Juventude cristã e os desafios da modernidade, de Alex Kiefer. No artigo, Alex reflete sobre o contexto sociocultural no qual estamos inseridos e os seus impactos sobre a juventude cristã. Aborda, também, as iniciativas das lideranças religiosas para atrair as juventudes para suas igrejas e ações pastorais.
A presença das juventudes nas religiões afro-brasileiras é importante não apenas do ponto de vista religioso, mas contribui sobremaneira para a superação de uma série de preconceitos históricos sofridos pelos fiéis dessas tradições, bem como abre uma série de possibilidades de atuação no campo civil, de modo transformador. É o que reflete o terceiro artigo de nossa matéria especial: Juventude de terreiro: a responsabilidade existencial nas religiões afro-brasileiras, de Guaraci Santos.
As juventudes são uma feliz interpelação às religiões. Diante delas, as religiões têm um bonito caminho de descoberta da própria vocação, pois são constantemente interpeladas a darem respostas efetivas a questões eminentemente humanos, sempre levantados pelos jovens. Buscar respostas responsáveis para essas questões é uma forma que se mostra interessante, para nutrir nas juventudes o senso de pertença e engajamento.
Boa leitura!
*Felipe Magalhães Francisco é teólogo. Articula a Editoria de Religião deste portal. É autor do livro de poemas Imprevisto (Penalux, 2015). E-mail: felipe.mfrancisco.teologia@gmail.com.
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