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As mulheres formam 52,5% do eleitorado, mas estão praticamente fora do plano de governo do candidato.
Bolsonaro discute com a deputada Maria do Rosário (Marcelo Camargo/ Arquivo Agência Brasil)
Candidato à Presidência da República com maior percentual de rejeição e, ao mesmo tempo, líder nas intenções de votos, Jair Bolsonaro (PSL) encontra bastante resistência no público feminino. As mulheres formam 52,5% do eleitorado brasileiro. Parte da rejeição feminina manifesta-se pelas redes sociais. Uma prova é o "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro", grupo criado no Facebook no dia 30 de agosto que já conta com mais de 1 milhão de seguidoras.
"Então somos 1 MILHÃO, um milhão de vozes que gritam e exigem serem ouvidas, somos um milhão de olhos que miram um futuro que nos contemple, um milhão de braços erguidos pela luta, um milhão de corpos que existem e resistem, de corpos que não aceitam serem violados, deixados de lado. Somos um milhão de MULHERES que não performam o papel de coadjuvantes! SOMOS PROTAGONISTAS, SENHORAS DE NOSSOS DESTINOS! Queremos alguém que nos represente, que esteja de acordo com nossas necessidades, com nossas pautas! Não aceitaremos menos, NENHUMA A MENOS, POIS JUNTAS SOMOS MAIS FORTES!", escreveu Ludmila Teixeira, uma das administradoras da página.
O grupo fechado, que aceita apenas mulheres, viu o número de inscritas crescer em mais de 250 mil participantes em menos de 24 horas. São 10 mil pedidos de adesão a cada hora. Diante da procura, o grupo de moderadoras foi ampliado para cerca de 50 pessoas.
Na tarde desta quarta-feira (12) o grupo contabilizava 1,1 milhão de participantes, das quais 604 mil escolheram integrar a comunidade (entrando na página e clicando em "ok"). As demais mulheres foram convidadas por quem já era membro, mas não clicou "ok".
Conforme a política do Facebook para grupos, as participantes ganham o direito de adicionar outras amigas que se interessem pela causa - o que explica o aumento grande de mulheres nos últimos três dias.
Plano
Apontado por mulheres e adversários políticos como misógino e machista, Bolsonaro praticamente não tem, no seu plano de governo, propostas voltadas para as mulheres.
O plano de governo cita a palavra “mulher” uma vez, quando aborda o estupro. Ele propõe como formas de impedir a violência sexual, entre outras, “prender e deixar preso” e “reformular o Estatuto do Desarmamento”. O candidato também faz uma alusão às mulheres em outra passagem do texto, em que ele cita como objetivo “a saúde bucal e o bem estar da gestante”.
Redação
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