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160 alunos interpretam releitura do conto de natal utilizando diferentes linguagens da dança.
Os alunos do Curso Técnico em Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica Cefart vão apresentar uma releitura do clássico O Quebra Nozes. (Paulo Lacerda/ FCS/ Divulgação)
Os alunos do Curso Técnico em Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart vão apresentar em seu tradicional espetáculo de fim de ano uma releitura do clássico O Quebra Nozes. Com direção de Rui Moreira, Quebra Nozes – Um Auto Natalino conta com 160 alunos de diferentes níveis e mescla no palco as técnicas contemporânea, clássica e popular para trazer uma reflexão sobre a diversidade e a magia do natal.
Baseada no livro O Quebra Nozes e o Rei dos Camundongos, de Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, no qual Tchaikovsky também se inspirou para seu ballet em II Atos, a releitura de Rui Moreira ressignifica diversos aspectos da história original e a aproxima da realidade brasileira e belo-horizontina. Na trama, Clara, a filha de um rico comerciante vai vivenciar o espírito natalino por meio da diversidade, passando pelas ruas de Belo Horizonte e conhecendo as culturas de resistência que fazem parte da história da capital.
Nessa jornada, a pequena Clara se encontra com uma garotinha que, embora tenha o mesmo nome que ela, possui uma vida muito diferente. “A dança vem contar que a magia do Natal acontece nas relações e que a vida de todos pode ser mágica. Quando Clara percebe que pessoas que não têm uma ceia de natal ou presentes estão felizes mesmo assim, isso a toca dizendo que existem coisas mais importantes do que ‘ter’”, explica Bete Arenque, Gerente de Extensão da FCS e professora da Escola de Dança do Cefart.
A escolha do elenco partiu de uma vivência artística de uma semana do diretor Rui com as turmas, em que conheceu os corpos e as potências dos alunos, selecionando pessoas ideais para cada papel. “Na seleção, me preocupei muito mais com a poesia do movimento do que precisão técnica, porque para esta montagem me interessa muito mais contar essa história no nosso contexto social e político, explorando o que cada bailarino tem para dizer no corpo”, revela o diretor.
O espetáculo inclui, pela primeira vez, as diversas técnicas trabalhadas pelos alunos da Escola de Dança do Cefart. Bete Arenque vem trabalhando com todas as turmas do Curso Técnico e reconhece que uma montagem tão diversa em bailarinos e técnicas é um desafio tanto para ela quanto para os alunos, que saem da zona de conforto durante a apresentação. “Na nossa montagem os camundongos têm uma coreografia feia, fazem careta, e os alunos sentem dificuldade de sair desse lugar da beleza clássica do bailarino, por exemplo. Num grande espetáculo, o belo tem destaque se contrasta com o feio. A arte não é somente o belo. O ‘feio’ também existe”, conta a professora, enfatizando a importância da experiência na formação dos artistas.
Segundo a professora, a apresentação faz parte do objetivo da Escola de Dança do Cefart de formar bailarinos que possam atuar internacionalmente, compreendendo a linguagem universal da dança. “Aqui estamos trabalhando coisas importantíssimas que dizem respeito a tornar-se um bom profissional numa escola técnica pública. Fazer arte não é só fazer bonito. Ser bem-sucedido na carreira não é dançar aquilo que você quer, é dançar bem aquilo que te dão para dançar. Queremos que nossos alunos compreendam todos os procedimentos éticos e profissionais em qualquer lugar do mundo, porque serão os mesmos. Dança é dança”, ressalta Bete.
Quebra Nozes - Um Auto Natalino
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 4 de dezembro (terça-feira) e 5 de dezembro (quarta-feira)
Horário: 20h
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400
Fundação Clóvis Salgado
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