terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Rui Moreira dirige um auto natalino, inspirado no clássico 'O quebra nozes'

domtotal.com
160 alunos interpretam releitura do conto de natal utilizando diferentes linguagens da dança.
Os alunos do Curso Técnico em Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart vão apresentar uma releitura do clássico O Quebra Nozes.
Os alunos do Curso Técnico em Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart vão apresentar uma releitura do clássico O Quebra Nozes. (Paulo Lacerda/ FCS/ Divulgação)

Os alunos do Curso Técnico em Dança do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart vão apresentar em seu tradicional espetáculo de fim de ano uma releitura do clássico O Quebra Nozes. Com direção de Rui Moreira, Quebra Nozes – Um Auto Natalino conta com 160 alunos de diferentes níveis e mescla no palco as técnicas contemporânea, clássica e popular para trazer uma reflexão sobre a diversidade e a magia do natal.

Baseada no livro O Quebra Nozes e o Rei dos Camundongos, de Ernest Theodor Amadeus Hoffmann, no qual Tchaikovsky também se inspirou para seu ballet em II Atos, a releitura de Rui Moreira ressignifica diversos aspectos da história original e a aproxima da realidade brasileira e belo-horizontina. Na trama, Clara, a filha de um rico comerciante vai vivenciar o espírito natalino por meio da diversidade, passando pelas ruas de Belo Horizonte e conhecendo as culturas de resistência que fazem parte da história da capital.

Nessa jornada, a pequena Clara se encontra com uma garotinha que, embora tenha o mesmo nome que ela, possui uma vida muito diferente. “A dança vem contar que a magia do Natal acontece nas relações e que a vida de todos pode ser mágica. Quando Clara percebe que pessoas que não têm uma ceia de natal ou presentes estão felizes mesmo assim, isso a toca dizendo que existem coisas mais importantes do que ‘ter’”, explica Bete Arenque, Gerente de Extensão da FCS e professora da Escola de Dança do Cefart.

A escolha do elenco partiu de uma vivência artística de uma semana do diretor Rui com as turmas, em que conheceu os corpos e as potências dos alunos, selecionando pessoas ideais para cada papel. “Na seleção, me preocupei muito mais com a poesia do movimento do que precisão técnica, porque para esta montagem me interessa muito mais contar essa história no nosso contexto social e político, explorando o que cada bailarino tem para dizer no corpo”, revela o diretor.

O espetáculo inclui, pela primeira vez, as diversas técnicas trabalhadas pelos alunos da Escola de Dança do Cefart. Bete Arenque vem trabalhando com todas as turmas do Curso Técnico e reconhece que uma montagem tão diversa em bailarinos e técnicas é um desafio tanto para ela quanto para os alunos, que saem da zona de conforto durante a apresentação. “Na nossa montagem os camundongos têm uma coreografia feia, fazem careta, e os alunos sentem dificuldade de sair desse lugar da beleza clássica do bailarino, por exemplo. Num grande espetáculo, o belo tem destaque se contrasta com o feio. A arte não é somente o belo. O ‘feio’ também existe”, conta a professora, enfatizando a importância da experiência na formação dos artistas.

Segundo a professora, a apresentação faz parte do objetivo da Escola de Dança do Cefart de formar bailarinos que possam atuar internacionalmente, compreendendo a linguagem universal da dança. “Aqui estamos trabalhando coisas importantíssimas que dizem respeito a tornar-se um bom profissional numa escola técnica pública. Fazer arte não é só fazer bonito. Ser bem-sucedido na carreira não é dançar aquilo que você quer, é dançar bem aquilo que te dão para dançar. Queremos que nossos alunos compreendam todos os procedimentos éticos e profissionais em qualquer lugar do mundo, porque serão os mesmos. Dança é dança”, ressalta Bete. 

Quebra Nozes - Um Auto Natalino

Local: Grande Teatro do Palácio das Artes

Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537

Período: 4 de dezembro (terça-feira) e 5 de dezembro (quarta-feira)

Horário: 20h

Entrada gratuita

Informações para o público: (31) 3236-7400


Fundação Clóvis Salgado

Nenhum comentário:

Postar um comentário