Padre Geovane Saraiva*
A ressurreição do Senhor quer
tirar a convicção de muitas pessoas: a de se estabelecerem neste mundo como se
fosse a única pátria. O apóstolo Paulo vem nos dizer que se deve ocupar as
realidades terrenas, sim, mas sem empecilho algum para os que abraçam a fé no
ressuscitado, de um coração voltado para as realidades duradouras, ímpares, sem
igual e definitivas, com o pensamento nas coisas do alto e não nas da terra
(cf. Cl 3, 1-2). À luz do Senhor ressuscitado, que saibamos dizer um “não” à
montanha da autossuficiência, do preconceito, do egoísmo e do orgulho, surpreendendo-nos
no que humanamente é inaceitável, o Deus encarnado na História das pessoas,
no seu amor, redentor e libertador.
Na Páscoa do Senhor fica o grande
convite aos fiéis: de participar do banquete, na mesa com Cristo ressuscitado,
mesa essa em que ele mesmo é o alimento e a bebida. A Páscoa na sua plenitude
consiste numa vida toda de alegre esperança, porque o Senhor que estava morto vive entre
nós, triunfou para nunca mais morrer. Cristo ressuscitou para levar todas as
pessoas à sua ressurreição e também conduzi-las ao céu, onde viverão eternamente, oferecendo-nos a irrevogável
promessa de participarmos de sua glória.


No duelo forte, na vida que vence
a morte, meditamos sobre nosso Deus, essencialmente bom e terno, ao passar da
morte para a vida, afirmando-nos que a tristeza e o desânimo são coisas do
passado. A esperança e o otimismo, proclamados pelo Papa Francisco em todo o
seu pontificado, são sempre na intenção de contagiar nossa existência, na
certeza de que Jesus, vencedor da morte, quis se estabelecer para sempre no
meio de seu povo e com ele conviver, vivo e vitorioso: “Por que estais
procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui.
Ressuscitou!” (Lc 24, 5-6).
Ó Páscoa santa e divina, que
desce do céu à terra, no Filho, da terra eleva-se de novo aos céus! O Deus lá
céu, na sua tolerância, agora se une a nós, na força do seu Espírito,
presenteando-nos com a veste nupcial. O Cristo ressuscitado convença as pessoas
de boa vontade, que convosco somos chamados a vida nova, sem jamais esquecer de
dizer que o Senhor é muito bom, eterna é sua misericórdia (cf. Sl 118). Amém!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e Colunista,
integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza
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