O ex-auditor Paulo Roberto Cortez diz que foi "obrigado a fazer uma delação premiada"; caso não concordasse, seus bens seriam desbloquados apenas ao final dos processos, “entre uns 15 a 20 anos”; entre os réus da operação Zelotes está o ex-presidente Lula
247 - O advogado e ex-auditor fiscal Paulo Roberto Cortez, primeiro delator da Operação Zelotes, diz que foi "obrigado a fazer uma delação premiada" em função da liberação de seus bens e valores.
A coluna de Bela Megale teve acesso a um e-mail escrito por Cortez em 22 de abril no qual o advogado denuncia que, se não firmasse a tratativa, seus bens seriam desbloquados apenas ao final dos processos, ou seja, “entre uns 15 a 20 anos”.
A Operação Zelotes investiga irregularidades do Carf, espécie de tribunal da Receita Federal que recebe recursos de empresas sobre multas que, por ventura, receberam. Cortez foi conselheiro do Carf e, há dois anos, firmou o acordo com a Procuradoria da República do Distrito Federal.
"Fui obrigado a fazer uma delação premiada, porque, caso contrário, meus bens e valores (todos devidamente declarados e registrados), estariam ainda presos e sem possibilidade de eu os utilizar. Foi esse o negócio que tive com a Procuradoria da República, fazer a delação premiada (para eles se promoverem pelo 'Brilhante Acordo'), ou então eu somente teria meus bens liberados ao final de todos os processos, o que seria entre uns 15 a 20 anos", disse Cortez.
Cortez disse também que, após a delação, foi tratado na imprensa "como se fosse um criminoso, alguém que participou dessas atividades irregulares”.
Entre os réus da operação Zelotes está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula é acusado de editar Medida Provisória para favorecer empresas do setor automotivo em troca de propina. Ele nega as acusações.
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