Carlos Delano Rebouças*

Apesar da resistência ser grande, a escalada antidemocrática no Brasil segue em passos largos. Parece até que existe um só poder e este se chama executivo.
O presidente vai (como é de costume) às redes sociais e convoca abertamente seus seguidores para ato público que visa ao sepultamento do Congresso Nacional e do STF, numa clara demonstração ditatorial de um chefe de estado que soube (e ainda sabe) usar desses dois poderes para alcançar seus mais sórdidos objetivos, principalmente o de blindar-se da acusação de crimes praticados em família.
O povo (seus seguidores), coitados, movidos pela semeadura do ódio se comportam como elementos multiplicadores de uma ignorância sem tamanho e inconsequente, sob a orientação de lideranças que entendem como ninguém de lavagem cerebral. Estas mesmas que são vistas nas madrugadas da tv brasileira.
Do outro lado, sensatos guerreiros da democracia resistem às mais cruéis investidas da intolerância, temperadas pelos mais diversos sentimentos malignos de quem se diz do bem e que por ele afirma lutar, mas que na verdade é apenas o deles, de uma minoria que encontrou a oportunidade de se instalar num país que não acreditava ser povoado de insanos.
O Brasil, amigos, está à beira de um abismo sem fim. Consequências sérias já sofremos, e, certamente, muitas outras mais e de gravidade maior surgirão. Na verdade, muita água ainda há de passar por baixo dessa ponte, que sem demora está na iminência de cair.
*Professor de Língua Portuguesa e redação, conteudista, palestrante e facilitador de cursos e treinamentos, especialista em educação inclusiva e revisor de textos.
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