Pe. Geovane Saraiva*
Pedimos-vos, por Vossa benevolência
e graça, favorecer ao povo de Deus, Igreja de Cristo, o espírito de coragem
profética, animado pela esperança, mesmo depois de mais de dois mil anos do
nascimento de Jesus de Nazaré, contemplando boa parte da criatura humana e da
criação em condições precárias. É o humano das pessoas num contexto
infra-humano ou mergulhado naquilo que vai, radicalmente, contra a vontade de
Deus.
Como é maravilhoso aprender com
Santo Agostinho! Na beleza de sua obra, “A cidade de Deus”, ele nos coloca
diante da vida humana como um mistério de amor, segundo o projeto de Deus:
“Dois amores estabeleceram duas cidades, a saber: o amor próprio, levado ao
desprezo a Deus, a terrena; e o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio,
a celestial”. Mesmo sendo enormes a saudade e a dor pela partida dos nossos
entes queridos, que nossa humilde e confiante oração seja a de jamais perder de
vista a esperança, na certeza da promessa da imortalidade, conforto e consolo
garantido.
Com Dom Helder Câmara, na transitoriedade das criaturas, nenhuma circunstância se perde de vista: “Se eu pudesse, na
caminhada de quem enfrentasse estrada sem fim, sem luz, sem companhia, faria
surgir vagalumes alumiando o caminho e colocaria nem que fosse cigarra para
quebrar sua solidão”. Encurtar a estrada da sombria e nefasta segregação, no isolamento
que nos parece sem fim, só mesmo eliminando tudo que é odioso e arrepiante,
consequência da falta de amor.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor,
poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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