sábado, 29 de junho de 2013

Aniversário de ordenação: Padre José Fernandes de Oliveira

 Padre José Fernandes De Oliveira*
Imposição das mãos feita pelo bispo
Dom José M. Delgado
Jovem sacerdote
Era uma manhã chuvosa de 29 de junho de 1965. Festa dos apóstolos Pedro e Paulo. A cena se passa na Igreja Catedral de Fortaleza, ainda em construção: paredes rebocadas, piso morno, portas colocadas, mas sem pintura, dos vitrais apenas o da porta principal, poucas cadeiras colocadas ali somente para essa ocasião. Pronto, apenas o altar principal, o mesmo de hoje. Presentes vários padres, relativo número de fiéis e os familiares dos três jovens diáconos: Everardo Bezerra Fialho, Raimundo Gomes Frota e eu. Dos meus familiares: minha mãe, meus irmãos e irmãs, cunhadas e cunhados, alguns sobrinhos já nascidos de quatro anos para menos, e vários amigos e amigas. No Brasil, há pouco mais de um ano, se instalara a ditadura militar. Nuvens sombrias pairavam sobre o país. A liberdade aprisionada pelo poder da força. Alguns protestos se ensaiavam timidamente pelas ruas. Mas eram de imediato sufocados pelos fuzis metralhadoras, bombas, tanques de guerra, cães furiosos das forças armadas, e prisões arbitrárias. 

primeira missa celebrada junto
com Dom José Delgado
Qualquer símbolo vermelho era prova provada de subversão da ordem pública. Na Igreja, raiava a primavera do Concílio Vaticano II. Nesse cenário, três jovens diáconos, Everardo Fialho, Raimundo Frota e eu, depois de doze anos de pesados estudos e de uma rígida formação, se prostravam diante do altar de Deus para receberem a ordenação sacerdotal na ordem presbiteral (padre) perante D. José de Medeiros Delgado, à época, arcebispo de Fortaleza, a fim de se colocarem a si mesmos e suas próprias vidas a serviço da Igreja. Ordenados sacerdotes, cada um, recebeu do bispo a destinação canônica. Everardo e Frota, inclinados para o serviço pastoral direto, foram nomeados párocos; eu, inclinado para os estudos, foi mantido nessa inclinação até os dias de hoje. 
Pouse: certamente na Europa!
Enviado pelo bispo para continuar os estudos em Roma, me formei em Direito canônico. Everardo, depois de vários anos de ministério sacerdotal, pediu permissão para afastar-se a fim de contrair matrimônio; Frota, depois de passar por várias paróquias, foi chamado pelo bom Deus para receber o prêmio a ele reservado, o da comunhão eterna com Deus na eternidade; eu, continuo ainda peregrinando, no serviço pastoral de professor de Direito e de Homilética(como fazer homilias) na Faculdade Católica de Fortaleza, para os candidatos ao sacerdócio ministerial, e a serviço da reta administração da justiça eclesiástica, como Presidente do Tribunal Eclesiástico do Ceará. 
Espero de quem ler essa alegre notícia, reze pelo menos uma Ave Maria, por mim, a fim que continue firme na alegria do serviço da Igreja; pelo Everardo, a fim de que continue sendo bom esposo e pai; e pelo repouso eterno do Frotinha, como era carinhosamente chamado. Abaixo você pode ver duas fotografias: a primeira, lembra o momento da imposição das mãos feita pelo bispo. Esta é a parte principal de uma ordenação sacerdotal, a única que não pode faltar; a segunda, a primeira missa celebrada junto com D. José Delgado. Eu estou ao lado do bispo, contando da esquerda.

*Presidente do Tribunal Eclesiástico do Ceará e professor de Direito e de Homilética(como fazer homilias) na Faculdade Católica de Fortaleza - CE

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