quinta-feira, 27 de junho de 2013

Os protestos e a relação com o outro

Momento social nos convida a fazer uma reflexão sobre nossa postura com o próximo

Muitas das bandeiras levantadas pelos manifestantes encontram reforço na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento
Por Alexandre Vaz
Repórter Dom Total

Muitas são as dúvidas sobre as consequências que as recentes manifestações que tomaram boa parte das cidades brasileiras terão para o futuro da sociedade. Será este o nascimento de uma nova consciência social brasileira, mais voltada para o senso de coletividade? Se existem dúvidas sobre os caminhos que o país tomará a partir de agora, é certo que há urgência para que seja construída uma nova consciência social no país, baseada na fraternidade e na responsabilidade de cada um. Em suma, uma sociedade mais cristã.

O professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje), Johan Konings , doutor em teologia e mestre em filologia bíblica, explica que, muito embora a pauta de reivindicações seja extensa, muitas das bandeiras levantadas pelos manifestantes encontram reforço na Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

“Embora o Antigo Testamento tenha sido escrita em um tempo histórico em que o povo estava distante das decisões políticas, os escritos bíblicos são claros sobre como o povo de Deus tinha uma profunda consciência coletiva e uma ética baseada na fraterna. Tanto que a solidariedade coletiva tinha um caráter sagrado”, ressalta.

Da mesma forma, ocorre no Novo Testamento, no qual Jesus assume o papel de verdadeiro profeta da Justiça e da Fraternidade. “Para os cristãos, não existe o amor a Deus sem o amor ao Irmão”.

Em seus pronunciamentos, o papa Francisco vem ressaltando a importância do “encontro com o outro” para o fortalecimento de uma vida mais justa. Recentemente, ele disse: “Devemos criar, com a nossa fé, uma ‘cultura do encontro’, uma cultura da amizade, uma cultura onde encontramos irmãos, onde podemos conversar mesmo com aqueles que pensam diversamente de nós, mesmo com quantos possuem outra crença, que não têm a mesma fé”.

Nesse sentido, o papa Francisco nos convida a repensarmos sobre a relação que temos com o bem público e, principalmente, com o outro. O momento em que o Brasil está nas ruas cobrando responsabilidade e ética de seus políticos é uma oportunidade para que façamos uma reflexão sobre nossa postura com o próximo.

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Redação Dom Total

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