Estudantes chilenos protestam por educação gratuita e de qualidade desde 2011.
Os estudantes chilenos voltaram a protestar nessa quinta-feira (5) em Santiago para exigir uma profunda reforma educacional e para acabar com outros legados da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A manifestação, a menos de uma semana da celebração dos 40 anos do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Pinochet, começou na Plaza Italia, no centro da cidade, onde uma multidão iniciou uma passeata em direção à Estação Mapocho, em meio a fortes medidas policiais.
Cartazes com frases como "a 40 anos do golpe, o golpe é dado por nós" ou "fim à educação do tirano" eram exibidos pelos manifestantes. O protesto reuniu, segundo a Confederação de Estudantes do Chile (Confech), 80 mil pessoas, enquanto a Polícia contabilizou a mobilização em 50 mil manifestantes.
Antes do fim do protesto, ocorreram confrontos entre manifestantes e agentes das forças especiais da Polícia, que tentou dispersar as pessoas com canhões d´água e bombas de gás lacrimogêneo. Manifestantes encapuzados jogaram pedras e paus nos agentes policiais, montaram barricadas e destruíram o mobiliário público. Os incidentes deixaram 214 detidos e 34 policiais machucados, segundo as autoridades.
Os estudantes chilenos protestam por educação gratuita e de qualidade desde 2011. Algumas das manifestações chegaram a reunir mais de 100 mil pessoas, as maiores em 20 anos desde que a democracia retornou ao Chile, em 1990.
"No caso da educação, persiste outro legado da ditadura que queremos acabar e que (...) afeta no presente milhares de chilenos, imposto pelo modelo econômico, político e social", disse Diego Vela, presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica (FEUC).
AFP
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