O MRV é uma medida de observação e controle da liberação de poluentes (Foto: Divulgação) |
Marcus Eduardo de Oliveira
Criar um sistema cuja maior pretensão é harmonizar as particularidades e legislações específicas de todo o País no que concerne as análises de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) através dos denominados mecanismos de Monitoramento, Reporte e Verificação (MRV).
É essa a intenção do Governo brasileiro até o final desse ano. Hoje, não há uma harmonização dessas análises. Estados como o de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, por exemplo, possuem políticas próprias e diferentes dos demais estados brasileiros.
O MRV é uma medida (um sistema) de observação e controle da liberação de poluentes na atmosfera por parte de diversos segmentos econômicos.
Detalhando essa situação: Monitoramento é a realização de inventários de emissões de GEE. Refere-se à contínua coleta de dados relativo às mudanças em estoque de carbono e na extensão espacial de florestas tropicais (o desmatamento e a degradação das florestas tropicais representam até 20% das emissões de gases de efeito estufa anualmente), e como essas mudanças podem ser combinadas para chegar-se a uma estimativa. Essas estimativas são então utilizadas para prover um indicador do desempenho das intervenções de REDD + (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, acrescido do sinal {+} representando conservação e desenvolvimento sustentável) em relação a um cenário de créditos. Criado pela Convenção do Clima da ONU, o REDD +, quando bem monitorado traz muitos benefícios, com destaque para os incentivos a projetos que conservem as florestas nativas em pé, ampliando os ganhos para a biodiversidade.
Uma maneira bem precisa de obter esses dados é usando o método LiDAR (Light Detection and Ranging), ou seja, um sistema de sensoriamento remoto ativo. O sensor aéreo, instalado em uma aeronave ou helicóptero, envia pulsos laser em direção ao solo e registra o intervalo de tempo entre o lançamento e o retorno dos raios.
A grande vantagem do LiDAR se encontra em sua capacidade de monitorar a estrutura tridimensional da floresta. A quantidade de biomassa e carbono contidas na floresta podem ser calculadas pelas informações obtidas pelos pulsos do LiDAR, podendo ainda estimar altura, biomassa acima do solo, volume de madeira e propriedades de copa, de acordo com relatório “Monitorando Mudanças em Estoques de Carbono e Atingindo os Objetivos de REDD +”, produzido pela Arbonaut (consulta em www.arbonaut.com).
Reporte é a forma como esses inventários serão encaminhados para outras entidades, como o Governo Federal, na verdade, trata-se de uma coleta de dados em aspectos significantes estratificados por clima, florestas, solo, tipo de conservação e um acompanhamento explícito de mudanças em cobertura do solo e, por fim, Verificação é o método pelo qual o Governo Federal analisará a veracidade das informações apresentadas; em outras palavras, trata-se de garantir que a informação seja bem documentada.
*Marcus Eduardo de Oliveira é economista com especialização em Política Internacional e mestrado em Estudos da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP). É professor de economia do UNIFIEO e da FAC-FITO, em Osasco/SP. Autor dos livros 'Conversando sobre Economia' (Editora Alínea), 'Pensando como um economista' (Editora EbookBrasil) e 'Humanizando a Economia' (Editora EbookBrasil – livro eletrônico). Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br
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