segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Eu juro que é fotografia!

Parece, mas não é. Trata-se de uma exposição itinerante da arte hiperrealista surgida nos anos 60.



Mayflower Crossing Plymouth Rock (acrílico sobre linho), de Ron Kleemann, 1980 (Foto: Divulgação)
Por Marco Lacerda*
 No final dos anos 60 surgiu nos Estados Unidos um grupo de artistas que pintavam com grande realismo objetos e cenas do cotidiano, utilizando a fotografia como base para a realização de suas obras.
A consagração do movimento aconteceu na Documenta de Kassel de 1972. A exposição apresentada primeira vez pelo Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, e que segue em turnê por vários países da Europa e da Ásia, é uma antologia do hiperrealismo, desde os grandes mestre norte-americanos da primeira geração (Richard Estes, John Baeder, Robert Bechtle, Tom Blackwell, Chuck Close e Robert Cottingham) até sua continuidade na Europa e nos dias de hoje.
O hiperrealismo não é um movimento fechado. Hoje, mais de 40 anos depois da sua aparição, continuam na ativa muito dos seus pioneiros e novos artistas utilizam a técnico fotorealista. Ferramentas e motivos evoluíram com o tempo, mas, com sua incrível definição e nitidez, as obras hiperrealistas continuam fascinando o público.
Uma nova realidade
Considerada como uma forma objetiva de documentar a realidade do mundo, desde a sua invenção, a fotografia como ponto de partida da pintura foi uma prática comum entre muitos pintores, mesmo que poucos o admitissem.Depois da utilização pioneira da serigrafia por artistas pop como Andy Warhol e Rauschenberg, foram os primeiros hiperrealistas que começaram a usar a fotografia sem artifícios, transformando-a em um instrumento legítimo da arte.
Partiam à vezes de fotos de revistas ou jornais e logo começaram a tirar suas próprias fotos. Causava-lhes fascínio especial as superfícies metálicas de vidros e espelhos que permitiam ser inseridas numa obra mais ampla. A fotografia como ponto de partida e como aparente resultado final, mas não como objetivo. Um pintor hiperrealista não aspira a competir com a fotografia. Sua motivação é completamente diferente. Suas obras parecem reproduzir a realidade mas, na verdade, trata-se de uma nova realidade criada pelo pintor.
"Hiperrealismo" - Veja o vídeo:

*Marco Lacerda é jornalista, escritor e Editor Especial do DomTotal


 


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