D. Pietro Parolin
Cardeal Monteiro de Castro perspetiva mudanças nas estruturas centrais de Governo da Santa Sé
Cidade do Vaticano, 14 out 2013 (Ecclesia) – O novo secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, vai tomar posse do cargo esta terça-feira, num momento em que se discute a redação de uma nova ‘constituição’ que redefiniria as suas funções.
O cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro, que trabalhou ao serviço diplomático da Santa Sé durante várias décadas, revela à Agência ECCLESIA que o papel do secretário de Estado esteve em discussão nas congregações (reuniões) gerais que antecederam o último Conclave.
“O secretário de Estado da Santa Sé, até agora, dirigia a primeira secção (assuntos gerais) e a segunda secção (relações com os Estados). Tudo passava pelo secretário de Estado e algumas congregações lamentavam-se da demora”, assinala o penitenciário-mor emérito.
A Secretaria de Estado do Vaticano é o organismo que colabora mais de perto com o Papa e coordena tanto as relações diplomáticas da Santa Sé como a ação da Cúria Romana, supervisionando a publicação e preparação de documentos pontifícios.
Segundo D. Manuel Monteiro de Castro, é possível que o secretário de Estado se centre nas questões relativas “às relações com os Estados” e que seja criado um outro cargo, para os assuntos ligados às estruturas centrais de Governo na Santa Sé.
O tema esteve em debate nos trabalhos da primeira reunião do Conselho de Cardeais criado pelo Papa para o aconselharem no governo da Igreja e no projeto de reforma da Cúria Romana.
No final do encontro, que decorreu entre os dias 1 e 3 deste mês, foi comunicado aos jornalistas que os oito conselheiros de Francisco, vindos dos cinco continentes, esperam que a Secretaria de Estado do Vaticano seja uma “Secretaria do Papa”.
Em cima da mesa esteve ainda a possibilidade de criar a figura de um “moderador da Cúria”, que coordenasse os vários dicastérios.
O vaticanista italiano Andrea Tornielli, autor de uma biografia sobre Francisco, refere à Agência ECCLESIA que D. Pietro Parolin se encaixa neste perfil de “secretário do Papa”.
“Será, com certeza, menos chefe da Cúria e estou certo de que será menos protagonista e vice-Papa”, acrescentou.
Segundo o jornalista de ‘La Stampa’, a nomeação está mais ligada ao conhecimento que o Papa Francisco tem do percurso do arcebispo Parolin do que ao resultado, “que foi bom”, da sua missão diplomática na Venezuela, desde 2009.
Esta terça-feira, Francisco vai receber em audiência toda a Cúria Romana, onde irá agradecer publicamente “o fiel e generoso serviço prestado à Santa Sé” pelo cardeal Tarcisio Bertone , que liderou a Secretaria de Estado desde 2006, apresentando D. Pietro Parolin e os seus colaboradores.
OC
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