segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O encolhimento das florestas



(Foto: Arquivo)
Marcus Eduardo de Oliveira

São muitos os serviços ambientais que as florestas oferecem ao homem, como a geração de alimentos, fibras, biomassa, funções de regulação do ciclo da água, manutenção de habitats para preservação da biodiversidade dos ecossistemas e sequestro e armazenamento de carbono.

Contudo, a atividade humana não têm dispensado tratamento harmonioso às áreas florestais: o desmatamento, em escala mundial, lamentavelmente tem sido muito agressivo e constante.

São duas as causas principais do desmatamento florestal: a demanda crescente por produtos florestais (lenha, papel e madeira) e a conversão de áreas para uso da agricultura (geralmente através de queimadas).

Em “EcoEconomia”, Lester Brown aponta que no início do século XX, a área florestal era estimada em 5 bilhões de hectares. Cento e treze anos depois, essa área encolheu para 2,9 bilhões de hectares. Essa área florestal está distribuída mais ou menos de forma equitativa entre florestas tropicais e subtropicais (nos países em desenvolvimento) e florestas temperadas/boreais (nos países industrializados).

Num período de 5 anos – de 1990 a 1995 – a perda de área florestal apenas nos países em desenvolvimento atingiu, em média, 13 milhões de hectares por ano, ou, em geral, 6,5% de suas florestas a cada década.

Em nosso caso, após o Brasil perder 97% da Mata Atlântica, agora é a Mata Amazônica que vem sendo destruída.

Lester Brown aponta que até 1970 a Mata Amazônica – quase do tamanho da Europa – permaneceu quase praticamente intacta. Desde então, destruiu-se 14% de sua área. Apenas em 1999, foram desmatados 17.000 quilômetros quadrados.

Isso evidencia o pouco cuidado que temos para com nossas riquezas naturais. Em âmbito geral, as perdas com a destruição das florestas equivalem a 7% do PIB mundial, os desperdícios com o desmatamento anual chegam próximos a US$ 5 trilhões.

Um fato agravante é que a destruição das florestas leva junto perdas no fornecimento de oxigênio, água potável e a absorção de dióxido de carbono. As florestas desapareceram por completo em 25 países e outros 29 países perderam mais de 90% de sua cobertura florestal.
Notas: Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. prof.marcuseduardo@bol.com.br

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