Mary Robinson: ninguém desmente que o crescimento econômico seja essencial (Foto: Divulgação) |
Marcus Eduardo de Oliveira
A constatação inequívoca de que o aquecimento global ameaça nossa civilização e é causado pelo crescimento desordenado – e completamente fora dos limites ecológicos – das economias modernas, derruba o principal dogma da economia tradicional: o crescimento.
É urgentemente necessário tratar uma patologia que acomete as sociedades mais ricas: o vício do crescimento.
Foi o economista ecológico norte-americano, Douglas Booth quem, apropriadamente, afirmou que “a sociedade é viciada em crescimento”.
Dessa patologia resulta a principal enfermidade ecológica: quanto mais a economia cresce, maior é o impacto ambiental. Quanto maior é a escala de produção de mercadorias, mais aquecido fica o Planeta.
Para sustentar esse vício do crescimento, a economia se tornou dependente do consumo; sem isso, não sobrevive.
Acontece que todo crescimento exagerado é altamente prejucial. Mesmo um corpo humano que sofre, por exemplo, de acromegalia (doença crônica provocada por excesso de produção do hormônio do crescimento – GH – na vida adulta) leva ao crescimento disforme de mãos, pés, nariz, enfim, ao espessamento geral da pele e de órgãos humanos.
Portanto, todo e qualquer organismo vivo que cresce exageradamente, causa (e sofre) transtornos. Para a atividade econômica – espécie de organismo vivo do sistema econômico – isso não é, e nem poderia ser, diferente.
Para tudo há (e sempre haverá) limites. Crescer além desses limites, em termos meramente econômicos, tem acumulado miséria de forma mais rápida do que contribuído para a geração de riqueza.
Como bem disse Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda (1990-97) “ninguém desmente que o crescimento econômico seja essencial para melhorar o acesso a direitos básicos nas nações mais pobres”.
Sim. É necessário deixar espaço ao crescimento das nações mais pobres; um crescimento sustentável, dentro de limites ecológicos.
O que não se deve aceitar é um crescimento continuado nas nações ricas – como se isso fosse condição suprema para manter e elevar a prosperidade – pois isso apenas tem contribuído para tornar mais insustentável a sociedade atual.
Essa insustentabilidade está nitidamente expressa na depleção dos ecossistemas do planeta. Os últimos 40 anos mostram, claramente, que a “nossa” pegada ecológica global dobrou. Agora, já está 30% maior do que a capacidade biológica da Terra tem de produzir para suas necessidades.
A hora, portanto, é de condenar veementemente o crescimento feito sob qualquer preço. A Terra não mais suporta excessos, e, definitivamente, não precisamos de mais crescimento.
É urgentemente necessário tratar uma patologia que acomete as sociedades mais ricas: o vício do crescimento.
Foi o economista ecológico norte-americano, Douglas Booth quem, apropriadamente, afirmou que “a sociedade é viciada em crescimento”.
Dessa patologia resulta a principal enfermidade ecológica: quanto mais a economia cresce, maior é o impacto ambiental. Quanto maior é a escala de produção de mercadorias, mais aquecido fica o Planeta.
Para sustentar esse vício do crescimento, a economia se tornou dependente do consumo; sem isso, não sobrevive.
Acontece que todo crescimento exagerado é altamente prejucial. Mesmo um corpo humano que sofre, por exemplo, de acromegalia (doença crônica provocada por excesso de produção do hormônio do crescimento – GH – na vida adulta) leva ao crescimento disforme de mãos, pés, nariz, enfim, ao espessamento geral da pele e de órgãos humanos.
Portanto, todo e qualquer organismo vivo que cresce exageradamente, causa (e sofre) transtornos. Para a atividade econômica – espécie de organismo vivo do sistema econômico – isso não é, e nem poderia ser, diferente.
Para tudo há (e sempre haverá) limites. Crescer além desses limites, em termos meramente econômicos, tem acumulado miséria de forma mais rápida do que contribuído para a geração de riqueza.
Como bem disse Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda (1990-97) “ninguém desmente que o crescimento econômico seja essencial para melhorar o acesso a direitos básicos nas nações mais pobres”.
Sim. É necessário deixar espaço ao crescimento das nações mais pobres; um crescimento sustentável, dentro de limites ecológicos.
O que não se deve aceitar é um crescimento continuado nas nações ricas – como se isso fosse condição suprema para manter e elevar a prosperidade – pois isso apenas tem contribuído para tornar mais insustentável a sociedade atual.
Essa insustentabilidade está nitidamente expressa na depleção dos ecossistemas do planeta. Os últimos 40 anos mostram, claramente, que a “nossa” pegada ecológica global dobrou. Agora, já está 30% maior do que a capacidade biológica da Terra tem de produzir para suas necessidades.
A hora, portanto, é de condenar veementemente o crescimento feito sob qualquer preço. A Terra não mais suporta excessos, e, definitivamente, não precisamos de mais crescimento.
É economista, com especialização em Política Internacional e mestrado em Integração da América Latina (USP). Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br
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