Viajar é sinônimo de busca, coração na boca, pequenos sustos e da sensação de estar vivo.
Viajar é ânsia de conhecer novos lugares e pessoas, mas de sentir falta de sua cama. (Foto: Arquivo) |
Por Ricardo Soares*
José Saramago dizia que "nenhuma viagem é definitiva". E eu sempre espero que nunca seja a derradeira posto que não creio que exista outra forma melhor de aprendizado em todos os sentidos do que a viagem. Quando você viaja não apenas vê,mas é visto e , de novo, voltamos a Saramago no prefácio do seu livro "Viagem a Portugal" onde ele afirma que viajar é "encontro nem sempre pacífico de subjetividades e objetividades". De fato temos a fusão de reconhecimento, busca,coração na boca, pequenos sustos, grandes surpresas, confirmação, decepção, surpresa, alumbramento, sensação de estar vivo e bem disposto.
No entanto ao viajante resta sempre o paradoxo. Ou paradoxos. Um dos quais é querer estar livre, solto e sempre ter que arrastar a bagagem, aquele pedaço de si mesmo que arrasta por situações inadequadas, daí o termo "mala" ser perfeito pra designar algo muito chato. A mala é um calo, uma frieira, um quisto que se carrega em qualquer jornada por mais que a gente abrevie a bagagem.Morro de inveja do falecido multimilionário americano Daniel Ludwig que (reza a lenda) viajava mundo afora com a roupa do corpo. Chegasse onde fosse seus assistentes já haviam comprado as roupas e sapatos que ele usaria em sua estadia e quando partia Ludwig deixava tudo pra trás.
Se o ricaço ficava longe desse paradoxo não tenho conhecimento se também se livrava de outro que é justamente o desejo, a ânsia de conhecer novos lugares e pessoas mas, a certa altura,sentir falta de sua cama, seu travesseiro , sua casa. Uma impressão que mora dentro de mim é que, por mais que as estradas sejam longas e os caminhos múltiplos, sempre bate essa saudade de casa. Toda feita onde fico batendo perna entre interiores e capitais seja por São Paulo,Brasília, Belo Horizonte, Sabará, Diamantina, Carapicuíba, São Carlos ou Ceilândia e outros recantos quando dou um rápido pit stop no computador de casa me dá saudade desse acolhimento, mesmo que virtual, entre os escritos guardados e jamais compartilhados.Logo preparo de novo a bagagem pra me mandar mas fico feliz por partir mas olhando de soslaio as coisas boas que deixo pra cá no acolhimento do meu teto. Que encobre o homem contraditório e cheio de paradoxos que eu sou. E quem não é ???
José Saramago dizia que "nenhuma viagem é definitiva". E eu sempre espero que nunca seja a derradeira posto que não creio que exista outra forma melhor de aprendizado em todos os sentidos do que a viagem. Quando você viaja não apenas vê,mas é visto e , de novo, voltamos a Saramago no prefácio do seu livro "Viagem a Portugal" onde ele afirma que viajar é "encontro nem sempre pacífico de subjetividades e objetividades". De fato temos a fusão de reconhecimento, busca,coração na boca, pequenos sustos, grandes surpresas, confirmação, decepção, surpresa, alumbramento, sensação de estar vivo e bem disposto.
No entanto ao viajante resta sempre o paradoxo. Ou paradoxos. Um dos quais é querer estar livre, solto e sempre ter que arrastar a bagagem, aquele pedaço de si mesmo que arrasta por situações inadequadas, daí o termo "mala" ser perfeito pra designar algo muito chato. A mala é um calo, uma frieira, um quisto que se carrega em qualquer jornada por mais que a gente abrevie a bagagem.Morro de inveja do falecido multimilionário americano Daniel Ludwig que (reza a lenda) viajava mundo afora com a roupa do corpo. Chegasse onde fosse seus assistentes já haviam comprado as roupas e sapatos que ele usaria em sua estadia e quando partia Ludwig deixava tudo pra trás.
Se o ricaço ficava longe desse paradoxo não tenho conhecimento se também se livrava de outro que é justamente o desejo, a ânsia de conhecer novos lugares e pessoas mas, a certa altura,sentir falta de sua cama, seu travesseiro , sua casa. Uma impressão que mora dentro de mim é que, por mais que as estradas sejam longas e os caminhos múltiplos, sempre bate essa saudade de casa. Toda feita onde fico batendo perna entre interiores e capitais seja por São Paulo,Brasília, Belo Horizonte, Sabará, Diamantina, Carapicuíba, São Carlos ou Ceilândia e outros recantos quando dou um rápido pit stop no computador de casa me dá saudade desse acolhimento, mesmo que virtual, entre os escritos guardados e jamais compartilhados.Logo preparo de novo a bagagem pra me mandar mas fico feliz por partir mas olhando de soslaio as coisas boas que deixo pra cá no acolhimento do meu teto. Que encobre o homem contraditório e cheio de paradoxos que eu sou. E quem não é ???
* Ricardo Soares é diretor de TV, escritor, roteirista e jornalista. Titular do blog Todo Prosa (www.todoprosa.blogspot.com) e autor, entre outros, dos livros Cinevertigem, Valentão e Falta de Ar. Atualmente diretor de Conteúdo e programação da EBC- Empresa Brasil de Comunicação.
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