Veículos cruzam o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, na Bolívia.
Santiago - O Colégio de Arqueólogos do Chile denunciou o dano que deixou em sítios arqueológicos do norte do país a passagem das máquinas que competem no rali Dacar-2014 e que pelo sexto ano consecutivo percorrerá o território chileno.
"Mais de duzentos sítios foram danificados pela competição Rali Dacar e não somos nós quem dizemos, os documentos oficiais do próprio Estado do Chile o indicam", informou um comunicado do Colégio de Arqueólogos, difundido neste fim de semana.
Esta instituição e grupos ambientalistas vêm denunciando desde 2012 que a passagem dos mais de 400 motos, caminhões, carros e quadriciclos que competem no Dacar, causou um dano irreparável em geoglifos e parte do Caminho do Inca, na passagem pelo norte do Chile, inclusive o deserto do Atacama.
A Suprema Corte do Chile deu um duro revés a esta causa ambientalista, depois de repudiar um recurso de proteção apresentado pelo Colégio de Arqueólogos em junho de 2013, que buscava proibir que o rali passasse pelo país este ano.
O tribunal chileno avaliou que "o interesse direto e imediato na proteção da garantiq que invocam não é demonstrável".
O Colégio de Arqueólogos rechaçou a decisão judicial e não descartou apelar a uma corte internacional.
"Cada vez mais a jurisprudência tornou mais restritivo e mais no fundo exclusivo, quase inoperante, o recurso de proteção do meio ambiente", disse Paola González, vice-presidente do Colégio de Arqueólogos.
O Dacar começou em 5 de janeiro em Rosário, Argentina, neste fim de semana continua em Bolívia e chegará ao Chile na segunda-feira.
AFP
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