"No evento de uma súbita perda" integra o espetáculo "Jovens Hermanos".
No dia 27 de fevereiro, o Ballet Jovem Palácio das Artes estreia a nova coreografia "No evento de uma súbita perda", que integra o espetáculo "Jovens Hermanos", dentro da programação da 40ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. De autoria do português André Mesquita, a montagem se destaca por "jogar" com a força e o peso masculinos. "Jovens Hermanos" é composto também pelas coreografias "Cantares", "A Buenos Aires" e "Goldberg".
"No evento de uma súbita perda" foi criada durante uma residência artística em que o coreógrafo português permaneceu em Belo Horizonte durante três semanas, em dezembro de 2013. Como resultado, o novo trabalho pode ser sintetizado pelo entendimento da perda como uma possibilidade de transformação e de renovação.
Para Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, a instituição tem entre suas diretrizes proporcionar interações com artistas de diferentes regiões do mundo como forma de melhor qualificar a formação artística. "No caso específico dos grupos profissionalizantes, essa iniciativa contribui com a formação integral dos jovens artistas, oferecendo vivências e oportunidades de amadurecimento que não teriam em outros espaços", ressalta.
Para André Mesquita, a dificuldade humana de interagir e partilhar experiências sensíveis condenam o homem a uma constante perda e a um constante escape: do outro, do movimento, do momento atual. Para ele, em um mundo de perdas, o que fica é a transformação, o momento. "Esse trabalho retrata isso, a metáfora do olhar enquanto conhecimento. Um processo sobre o processo. Uma dança em cima de ideias".
O figurino é assinado pelo bailarino João Paulo de Castro França, integrante do Ballet Jovem. A trilha sonora é composta por músicas de Greg Haines, e a iluminação é de Rafael França.
Sobre André Mesquita
André Mesquita é coreógrafo português, de apenas 35 anos, mas que carrega extensa bagagem artística. Foi bailarino na CeDeCe, na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo de Vasco Wellenkamp e na TanzKompanie Hildesheim (Stadttheater Hildesheim) na Alemanha. A partir de 2006 começou a desenvolver trabalhos artísticos independentes e fundou a TOK`ART Plataforma de Criação de Dança Contemporânea e Artes Performáticas, na qual tem desenvolvido projetos artísticos e educativos em Cartaxo, onde a companhia é sediada, e também em Setúbal, Bragança e Lisboa. No Brasil, coreografou em 2011 para o Balé da Cidade de São Paulo (Cidade Incerta) e, em 2013, para a Cia. De Ballet da Cidade de Niterói (Romeu e Julieta).
A BUENOS AIRES
Concepção, Coreografia, Figurino, Iluminação: Gustavo Mollajoli
Música: Primavera Porteña
Autor: Astor Piazzolla
Remontagem: Andréa Maia/Tiça Pinheiro
Resumo: O pas de deux foi criado para Raquel Rossetti e JulioBocca. A Buenos Aires teve sua estreia em 20 de junho de 1985, no palco do Bolshoi de Moscou durante no 5º Concurso Internacional de Ballet, onde Julio Boca recebeu a Medalha de Ouro. Foi inspirado no tango tradicional da Argentina, dançado nas pontas.
CANTARES
Coreografia e Desenho de Luz: Oscar Araiz
Música: Maurice Ravel
Figurino: Carlos Cytrynovski
Remontagem: Andréa Maia / Tiça Pinheiro
Resumo: Cantaresfaz parte do espetáculo Ibérica, inspirado na poesia, na pintura e na música dessa cultura. Foi estreado pelo Balé do Grand Théatre de Genebra e, posteriormente, pelas companhias da Ópera de Berlim. Staatstheather de Wiesbaden,New World Ballet de Miami, Balé da cidade de São Paulo.Ballet Contemporâneo del Teatro San Martin,BalletdelSur,Ballet de Córdoba, Balé de Teatro Argentino de La Plata e o Ballet Concierto.
NO EVENTO DE UMA SÚBITA PERDA (estreia nacional)
Concepção: André Mesquita
Música: Greg Haines
Figurino: João Paulo de Castro França
Iluminação: Rafael França
GOLBERG
Concepção e Coreografia: Tíndaro Silvano
Música: Johann Sebastian Bach (Variações Goldberg ) interpretada por Jacques Loussier Trio
Figurino: Patrícia Caldeira
Iluminação: Ricardo Cavalcanti
Cenário: Originalmente criado por André Cortez para a Ópera Pelléas e Mélisande (Fundação Clóvis Salgado 2008)
Resumo: As Variações Goldberg, compostas por Bach em 1741, são consideradas uns dos mais importantes exemplos do gênero.Segundo a história, o Conde Hermann Karl Von Keyserling, que frequentemente passav por Leipzig, trouxe consigo o virtuoso jovem Johann Gottlieb Goldberg (naquela época com 14 anos de idade) para receber orientações musicais de Bach. Este Conde passava noites sem dormir, e em tais ocasiões, Goldberg, que vivia em sua casa, tinha que passar a noite na antecâmara tocando para ele durante sua insônia. Certa vez, o Conde mencionou, na presença de Bach, que gostaria de ter algumas obras para teclado, para que Goldberg as executasse. Deveriam ser de caráter suave e algo vigoroso de modo que ele pudesse ser um pouco consolado por elas, em suas noites sem dormir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário