segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Eterna encarnação do cowboy cinematográfico

No epitáfio de John Wayne, podem-se ler as três palavras que o definem: "feio, forte e formal".

Por Tibério Garzón* 

O simples mencionar do nome John Wayne nos transporta para o Velho Oeste. Como pistoleiro, cherife, vaqueiro ou soldado, seus os personagens que ele encarnou no cinema contribuíram para criar a lenda do nascimento de uma nação.Nos seus mais de 170 filmes também podemos encontrá-lo combatendo na II Guerra Mundial e no Vietnã, como caçador na África, boxeador em busca de suas raízes irlandesas ou diretor de um circo.

Marion Robert Morrison, seu verdadeiro nome, naceu em 26 de maio de 1907 em uma pequena localidade de Iowa, mas aos nove anos mudou-se com a família para a Califórnia. Nos colégios onde estudou, destacava-se por seu físico. Foi um grande jogador de futebol americano, mas seu futuro não estava nos esportes, mas na frente das câmeras do cinema. Foi ajudante e contra-regra durante muito tempo. Assim conheceu John Ford, o diretor o conheceu mais e melhor que ninguém. Mas não foi este diretor, mas Raoul Walsh quem o batizou com John Wayne em 1939, quando o dirigiu em ‘A grande jornada’.

Em 1970 ganhou seu único Oscar como melhor ator por sua interpretação do marechal Rooster Cogburn em "Justiceiro implacável". Wayne sempre foi consciente de suas limitações como ator, mas estas eram compensadas por sua presença nos sets de filmagem. “Ao longo desses anos algo devo ter aprendido”, disse em uma entrevista. E era verdade. Quando o vemos em ´Rastros de ódio´ ou em ´O homem tranqüilo´ temos que reconhecer que ele é, sem dúvida, um dos grandes do cinema.

Casou-se três vezes, todas com mulheres de origem latinoamericana. Apesar de suas idéias políticas conservadoras, sempre teve o respeito dos colegas e da imensa maioria do povo americano, que o considerava um herói. Quando se soube da sua luta contra um câncer, as demonstrações de afeto e respeito abundaram. "Este é o único remédio de que uma pessoa precisa de fato", disse durante sua participação na cerimônia do Oscar de 1979, pouco antes de sua morte, e levantou a audiência presente na Academia de Hollywood.

Morreu em 11 de junho do mesmo ano. Em seu epitáfio se podem ler três palavras em espanhol: "Feio, forte e formal". Três adjetivos que definem apenas uma pequena parte de um homem  que, com suas maneiras rudes e, ao mesmo tempo, nobres e sua forma peculiar de caminhar se converteu no arquétipo do cowboy cinematográfico.
*Tibério Garzón é correspondente em Los Angeles do El País, onde este artigo foi publicado originalmente.

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