Protestos persistentes na Venezuela voltam a transformar o leste da capital em palco de distúrbios
Caracas (AFP) - Opositores voltaram a tomar as ruas de Caracas neste sábado (22) para denunciar o que chamam de ações ditatoriais do governo, ao mesmo tempo em que uma multidão chavistas marchava contra a "violência fascista", durante protestos persistentes na Venezuela que voltaram a transformar o leste da capital em palco de distúrbios.
Após mais de um mês e meio de mobilizações contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que deixaram 31 mortos e centenas de feridos, os venezuelanos voltaram a sair aos milhares nas ruas de Caracas e outras cidades como Valencia (norte), Mérida e San Cristóbal (oeste).
No leste de Caracas, no município opositor de Chacao, 20 mil pessoas marcharam pacificamente de cinco pontos da cidade para se reunir em uma grande concentração, na qual abundavam as bandeiras da Venezuela, de partidos políticos e cartazes de denúncia.
Após a marcha, um grupo de encapuzados se dirigiu à praça Altamira, onde tentou bloquear uma movimentada auto-estrada, gerando uma rápida intervenção de guardas e policiais que, como jatos d´água e bombas de gás lacrimogêneo, dispersaram os jovens, que respondiam com pedras.
A intervenção da tropa de choque chegou ao residencial Chacao, de classe média, que juntamente com a Praça Altamira, tem sido o epicentro dos protestos da oposição em Caracas e que tinham permanecido livres de distúrbios após uma mobilização militarizada de uns mil homens, que permaneceram entre segunda e quarta-feira em meio aos protestos pacíficos.
Após a dispersão dos manifestantes, uns 200 militares voltaram a ocupar a Praça Altamira, enquanto outros agentes antimotins continuavam atirando bombas de gás em Chacao contra manifestantes que bloqueavam as ruas.
"Pela Liberdade"
Pela liberdade, dê um basta à ditadura", dizia uma faixa à frente de uma das colunas, que partiu por volta do meio-dia, sob um sol inclemente na capital.
O líder opositor e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, liderou uma das marchas, que têm como reivindicações fundamentais as ações judiciais da promotoria contra dirigentes opositores e a deterioração da economia, com inflação de 57% e escassez de produtos básicos.
"Vimos não só em nome dos que estão sendo perseguidos, mas também do nosso povo, que sofre neste momento, que não consegue nem comida, nem remédio", disse à imprensa Capriles, que participou da marcha, mas não falou durante o comício.
A manifestação ocorre depois que, na semana passada, foram detidos os prefeitos de San Cristóbal (oeste do país), Daniel Ceballos, e San Diego (norte), Enzo Scarano, acusados de permitir bloqueios rodoviários durante os protestos.
Na tarde de quarta-feira, Scarano foi destituído e sentenciado pela Suprema Corte a 10 meses de prisão, enquanto Ceballos deverá se apresentar à justiça na próxima semana.
Os dois estão presos na penitenciária militar de Ramo Verde, subúrbio de Caracas, onde está detido desde 18 de fevereiro Leopoldo López, dirigente da Voluntad Popular, acusado de incitar a violência durante as manifestações.
Lilian Tintori, esposa de López, leu no comício uma carta do opositor endereçada a Maduro, na qual o acusa de ser "o ditador da Venezuela", e pede sua renúncia.
Carlos Vecchio, outro líder da Voluntad Popular também acusado de incitar a violência e que é procurado pelas autoridades, apareceu surpreendentemente no ato.
"A repressão vai continuar, agora Ramón Muchacho está ameaçado", comentou à AFP Arturo García, um relações públicas de 41 anos, ao se referir ao prefeito do município de Chacao (leste de Caracas, opositor), a quem o presidente Nicolás Maduro também acusou de permitir bloqueios da oposição.
Outra opositora que pode ser submetida a um processo judicial é a deputada Maria Corina Machado, também defensora da saída de Maduro do poder, e que na terça-feira foi acusada pela Assembleia Nacional de incitar a violência, o terrorismo e o homicídio nos protestos da oposição.
Contra a violência
No centro de Caracas, uma multidão de simpatizantes do chavismo, a maioria estudantes, protestou em apoio ao governo e em repúdio a ataques de parte dos radicais contra a Universidade Experimental as Forças Armadas.
Maduro participou da manifestação dos estudantes chavistas para denunciar que os opositores "queimaram" 15 recintos universitários públicos durante os protestos, o que descreveu como atos de "terrorismo, vandalismo e fascismo".
O discurso presidencial se desenvolveu enquanto ocorriam os distúrbios em Altamira e Maduro voltou a sinalizar com a possibilidade de prender o prefeito Muchacho caso não sejam tomadas ações para evitar bloqueios nas ruas.
"Ai, prefeito Ramón Muchacho, o senhor é responsável pela paz do município Cachao (...). Se o ministério público ou os tribunais ordenam ao governo prender Ramón Muchacho por desacato à Constituição, vai preso, não tenham dúvida", afirmou.
Desde 4 de fevereiro, a Venezuela sofre com protestos da oposição, iniciados por estudantes de San Cristóbal, após a tentativa de estupro de uma estudante.
Após mais de um mês e meio de mobilizações contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que deixaram 31 mortos e centenas de feridos, os venezuelanos voltaram a sair aos milhares nas ruas de Caracas e outras cidades como Valencia (norte), Mérida e San Cristóbal (oeste).
No leste de Caracas, no município opositor de Chacao, 20 mil pessoas marcharam pacificamente de cinco pontos da cidade para se reunir em uma grande concentração, na qual abundavam as bandeiras da Venezuela, de partidos políticos e cartazes de denúncia.
Após a marcha, um grupo de encapuzados se dirigiu à praça Altamira, onde tentou bloquear uma movimentada auto-estrada, gerando uma rápida intervenção de guardas e policiais que, como jatos d´água e bombas de gás lacrimogêneo, dispersaram os jovens, que respondiam com pedras.
A intervenção da tropa de choque chegou ao residencial Chacao, de classe média, que juntamente com a Praça Altamira, tem sido o epicentro dos protestos da oposição em Caracas e que tinham permanecido livres de distúrbios após uma mobilização militarizada de uns mil homens, que permaneceram entre segunda e quarta-feira em meio aos protestos pacíficos.
Após a dispersão dos manifestantes, uns 200 militares voltaram a ocupar a Praça Altamira, enquanto outros agentes antimotins continuavam atirando bombas de gás em Chacao contra manifestantes que bloqueavam as ruas.
"Pela Liberdade"
Pela liberdade, dê um basta à ditadura", dizia uma faixa à frente de uma das colunas, que partiu por volta do meio-dia, sob um sol inclemente na capital.
O líder opositor e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, liderou uma das marchas, que têm como reivindicações fundamentais as ações judiciais da promotoria contra dirigentes opositores e a deterioração da economia, com inflação de 57% e escassez de produtos básicos.
"Vimos não só em nome dos que estão sendo perseguidos, mas também do nosso povo, que sofre neste momento, que não consegue nem comida, nem remédio", disse à imprensa Capriles, que participou da marcha, mas não falou durante o comício.
A manifestação ocorre depois que, na semana passada, foram detidos os prefeitos de San Cristóbal (oeste do país), Daniel Ceballos, e San Diego (norte), Enzo Scarano, acusados de permitir bloqueios rodoviários durante os protestos.
Na tarde de quarta-feira, Scarano foi destituído e sentenciado pela Suprema Corte a 10 meses de prisão, enquanto Ceballos deverá se apresentar à justiça na próxima semana.
Os dois estão presos na penitenciária militar de Ramo Verde, subúrbio de Caracas, onde está detido desde 18 de fevereiro Leopoldo López, dirigente da Voluntad Popular, acusado de incitar a violência durante as manifestações.
Lilian Tintori, esposa de López, leu no comício uma carta do opositor endereçada a Maduro, na qual o acusa de ser "o ditador da Venezuela", e pede sua renúncia.
Carlos Vecchio, outro líder da Voluntad Popular também acusado de incitar a violência e que é procurado pelas autoridades, apareceu surpreendentemente no ato.
"A repressão vai continuar, agora Ramón Muchacho está ameaçado", comentou à AFP Arturo García, um relações públicas de 41 anos, ao se referir ao prefeito do município de Chacao (leste de Caracas, opositor), a quem o presidente Nicolás Maduro também acusou de permitir bloqueios da oposição.
Outra opositora que pode ser submetida a um processo judicial é a deputada Maria Corina Machado, também defensora da saída de Maduro do poder, e que na terça-feira foi acusada pela Assembleia Nacional de incitar a violência, o terrorismo e o homicídio nos protestos da oposição.
Contra a violência
No centro de Caracas, uma multidão de simpatizantes do chavismo, a maioria estudantes, protestou em apoio ao governo e em repúdio a ataques de parte dos radicais contra a Universidade Experimental as Forças Armadas.
Maduro participou da manifestação dos estudantes chavistas para denunciar que os opositores "queimaram" 15 recintos universitários públicos durante os protestos, o que descreveu como atos de "terrorismo, vandalismo e fascismo".
O discurso presidencial se desenvolveu enquanto ocorriam os distúrbios em Altamira e Maduro voltou a sinalizar com a possibilidade de prender o prefeito Muchacho caso não sejam tomadas ações para evitar bloqueios nas ruas.
"Ai, prefeito Ramón Muchacho, o senhor é responsável pela paz do município Cachao (...). Se o ministério público ou os tribunais ordenam ao governo prender Ramón Muchacho por desacato à Constituição, vai preso, não tenham dúvida", afirmou.
Desde 4 de fevereiro, a Venezuela sofre com protestos da oposição, iniciados por estudantes de San Cristóbal, após a tentativa de estupro de uma estudante.
AFP
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