segunda-feira, 2 de junho de 2014

Festa de Santo Antonio deve atrair 30 mil em JF


Juiz de Fora - Antes de ganhar o nome de Juiz de Fora, a cidade foi vila de Santo Antônio do Paraibuna. Assim, a devoção a um dos santos mais populares da Igreja Católica chegou antes mesmo da emancipação política, trazida pelos viajantes portugueses, segundo o documento “Juiz de Fora: Nossa História é de fé, Nossa Igreja tem arte”, da Arquidiocese.

Ao longo dos 164 anos que a cidade completou neste sábado (31), o santo tem histórias curiosas, como a da imagem que “fugia” para a capela de origem, e ainda guarda a tradição de buscar apoio e proteção para a família e pedir por prosperidade. O padroeiro começa a ser celebrado na Catedral Metropolitana na próxima terça-feira (3), com missas com temas diferentes e participação de outras paróquias. A expectativa é que 30 mil fieis visitem a igreja em 13 de junho, dia de Santo Antônio.

“Santo Antônio fujão”
Fernando de Bulhões nasceu em Lisboa, em 1195. Em 1220, quando já estava na vida religiosa, entrou na ordem de São Francisco e assumiu o nome de Antônio. O santo morreu em Pádua na Itália, onde viveu os últimos anos. Além de padroeiro da cidade, Santo Antônio é padroeiro da Arquidiocese de Juiz de Fora, da Catedral e do Seminário Arquidiocesano. De acordo com relatos históricos coletados pela Arquidiocese, a devoção começou a partir da fé de um morador da região. “A devoção em Juiz de Fora vem de muitos anos por causa de um fazendeiro chamado Antônio Vidal, que construiu uma capela dedicada ao santo, em 1741, no que atualmente é o Bairro Santo Antônio. Ele recebeu essa tradição da família, era muito devoto de Santo Antônio. O arraial de Santo Antônio do Paraibuna foi se formando e crescendo nas proximidades da capela”, contou o vigário geral da Arquidiocese e pároco da Catedral Metropolitana, monsenhor Luiz Carlos de Paula.
A primeira imagem do santo português que chegou à região está envolvida em uma curiosidade. Após a cidade ser elevada à paróquia, em 1850, foi construída uma igreja matriz para Santo Antônio, no local onde atualmente é a Catedral, na região central. “E a imagem foi levada para a nova igreja, mas sumia e aparecia lá na capela. Há registros de que isso aconteceu duas vezes e o povo passou a dizer que o Santo Antônio fugia para a capela”, explicou o monsenhor Luiz Carlos de Paula. Não se sabe se houve outras “fugas”, mas o desfecho era o mesmo. “O padre e outras pessoas iam à capela e traziam a imagem de volta para a igreja matriz. Pode ter acontecido mais vezes. Ninguém viu, ninguém sabe quem levou, por isso, ficou a história do ‘Santo Antônio fujão’”, contou o vigário geral.
A imagem de "Santo Antônio fujão" possui mais de 200 anos e está guardada na Catedral Metropolitana. Recentemente, foi restaurada e os fiéis podem vê-la em ocasiões especiais, como o dia do padroeiro.
Santo Antônio é conhecido como casamenteiro, o que motiva histórias que passam de geração em geração. Monsenhor Luiz Carlos de Paula narrou uma que ouviu há muito tempo, que não se lembra de onde aconteceu. “Eu ouvi uma história curiosa de uma moça, que fez a novena de Santo Antônio, porque queria muito se casar. Ela rezava diante de uma imagem pequena, mas ao final da novena não conseguiu o namorado. Ela ficou muito nervosa, e jogou a imagem pela janela. A imagem acertou o ombro de um rapaz. E quando ele subiu para devolver, acabaram se conhecendo. Dizem que o casamento foi muito concorrido”.
O santo também ajuda pessoas a acharem coisas perdidas. Por isso, há muitos fiéis que recorrem a ele para interceder nos pedidos de empregos ou de casa própria.  “Em um mundo onde há tanta crise na estrutura familiar, ele é o santo que intercede pelos casais para que vivam no amor e na união”, lembrou monsenhor Luiz Carlos de Paula.
Outro aspecto da devoção ao santo é a preocupação com a partilha. “Santo Antônio tinha grande preocupação com os pobres, por isso a igreja realiza a distribuição dos pães. Ele viveu a partilha e pediu que todos compartilhassem e que fossem solidários”, destacou o vigário geral de Juiz de Fora. Quem quiser doar pães para a distribuição, deve entrar em contato com a Catedral no telefone (32) 3250-0700 ou procurar a recepção, na Rua Santo Antônio, nº 1.201, Centro. Os nomes dos doadores serão mencionados em ação de graças durante a celebração.
A distribuição de pães será uma das atividades da Festa de Santo Antônio. Na Catedral, a programação será realizada entre os dias 3 e 13 de junho, com novena às 19h, cada dia conduzida por paróquias convidadas. São esperadas 30 mil pessoas no dia dos padroeiro, que terá missas a cada duas horas. A primeira missa será às 6h, que, ao final, terá uma café da manhã, ofertado pela Catedral. O arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, celebra a missa das 18h, com a participação do Coral Pró-Música.
SIR/G1

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