quinta-feira, 5 de junho de 2014

O dever cristão de proteção à Terra

Cabe a nós levar a sério a vocação e missão de sermos jardineiros e cuidadores da criação.

Por Dom Roberto Francisco Ferreria Paz*
No dia 5 de junho, celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, pois nesta data aconteceu a primeira Conferencia das Nações Unidas em Estocolmo na Suécia em 1972. Nesse evento, participaram 113 países e 250 organizações não governamentais além dos organismos da ONU. Foi o primeiro pronunciamento alertando a humanidade dobre a degradação da natureza e os riscos para a sobrevivência no planeta.
A declaração final assumiu uma agenda de compromissos para reverter esse processo ecocida,que leva a destruição da vida e a desintegração da criação. Ao comemorarmos novamente esta efeméride estamos cheios de preocupações e perplexos diante do descaso no tratamento da água como bem público e na ameaça da transposição do Rio Paraíba que vai trazer impactos muitos negativos aos municípios do Rio de Janeiro,em especial aos que se localizam no seu estuário.
As principais cidades do mundo e do Brasil já enfrentam problemas sérios no abastecimento e fornecimentos da água,que se tornará nos próximos anos a razão principal dos conflitos e das guerras. Um diagnóstico da NASA confirmou o processo de desgelo da calota polar e ou aumento pelo menos de 5 metros das águas oceânicas para os próximos 20 anos.
Como vemos, ainda não tomamos consciência devida que a Terra é nossa casa comum, e que cuidar dela e preservar as redes da vida e os eco sistemas que salvaguardam a biodiversidade, constitui uma política essencial para evitar o desaparecimento da nossa espécie.
Cabe as religiões e em particular ao cristianismo levar a sério nossa vocação e missão de sermos jardineiros e cuidadores da criação, amigos e aliados da Terra como Noé para celebrar com a humanidade e todas as criaturas um pacto pela vida,resgatando não já as espécies numa arca, mas tornando a Terra uma grande Arca de Salvação, onde a vida não seja mais considerada uma mercadoria ou uma peça de reposição, mas seja respeitada e venerada como sagrada. Deus seja louvado!
CNBB, 02-06-2014.
*Dom Roberto Francisco Ferreria Paz é bispo de Campos (RJ).

Nenhum comentário:

Postar um comentário