Mascote da Copa 2014 não foi convidado e até agora não apareceu nos estádios.
Por Celso Adolfo*
Estou com os meus Fulecos e minhas duas caxirolas. Fuleco não foi convidado e não entrou nos gramados da Copa. Caxirola, banida em 2013, também não. Fuleco é sucesso, e tenho dois exemplares dele: o grande e o miniatura em pose de cambalhota. Fuleco e caxirola sentem-se desconfortáveis diante do sucesso do torneio. Não mereciam isso.
Caxirola veio de caxixi, que é instrumento de efeito num set de percussão. Tem muitos tamanhos e pode ser uma cabaça de abóbora seca com suas sementes ou um recipiente de cipó ou taquara, trançados, que cabe nas mãos fechadas do músico percussionista; uma caixa de fósforo, um ovo de plástico ou uma caixinha de papelão com arroz dentro podem fazer a função do caxixi. Sacudidos por quem sabe, têm som agradável, dão vida à música acentuando o tempo forte ou fraco de um compasso, conduzindo-a. O caxixi está na música há séculos, a tempo ou no contratempo, amarrado na canela ou seguro pelas mãos de quem o toca.
Já a caxirola, foi apresentada e banida em 2013. Ela é uma cabaça de plástico com bolinhas dentro (bolinhas não sei de quê), provida de quatro anéis laterais e um no alto para que percussionista-torcedor encaixe os dedos sacudindo-a de acordo com a emoção do jogo.
Fabricado o objeto, resultou desse plástico-cabaça um som agressivo, quase desagradável. Invenção de Carlinhos Brown, de quem sou muito fã, a caxirola em si ela não seria má ideia, e poderia ter sobrevivido.
Fabricada nas cores nacionais brasileiras e pensada para ser sucesso nos campos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, essa caxirola foi silenciada já na sua estreia, num jogo do Bahia contra o Vitória (28/04/2013). Os baianos acharam nela uma excelente oportunidade de economizar rádio de pilha, copo cheio de água ou de xixi, chinelo e sapato. Num dos muitos lances de raiva que o futebol promete entregar (e entrega) num jogo, o torcedor estragou a festa. Centenas de caxirolas voaram pro gramado. O que parecia uma boa ideia voou junto, banido sob ordens da Fifa ali mesmo.
Já o Fuleco, o seu sumiço se deve ao desencontro entre a Fifa e a ONG que protege o tatu-bola. A Caatinga que se vire sozinha e fique de olho no animalzinho simpático, pois a Copa do Brasil, essa começou e terminará sem mascote oficial. Por que a Fifa não fala sobre o que causou o desacerto? A ONG acha que a Fifa teria que colaborar de outro jeito. A Fifa acha que colabora do jeito dela?
Já não me incomodam os neologismos Brazuca, Fuleco e Caxirola, e salvei dois exemplares de cada objeto para minha história particular sobre da Copa no Brasil, que, passando para história, passará sem mascote.
As imagens oficiais do torneio internacional ficarão sem o Fuleco Tatu-bola. Desde 2013, o torcedor-percussionista ficou sem a caxirola.
Estou com os meus Fulecos e minhas duas caxirolas. Fuleco não foi convidado e não entrou nos gramados da Copa. Caxirola, banida em 2013, também não. Fuleco é sucesso, e tenho dois exemplares dele: o grande e o miniatura em pose de cambalhota. Fuleco e caxirola sentem-se desconfortáveis diante do sucesso do torneio. Não mereciam isso.
Caxirola veio de caxixi, que é instrumento de efeito num set de percussão. Tem muitos tamanhos e pode ser uma cabaça de abóbora seca com suas sementes ou um recipiente de cipó ou taquara, trançados, que cabe nas mãos fechadas do músico percussionista; uma caixa de fósforo, um ovo de plástico ou uma caixinha de papelão com arroz dentro podem fazer a função do caxixi. Sacudidos por quem sabe, têm som agradável, dão vida à música acentuando o tempo forte ou fraco de um compasso, conduzindo-a. O caxixi está na música há séculos, a tempo ou no contratempo, amarrado na canela ou seguro pelas mãos de quem o toca.
Já a caxirola, foi apresentada e banida em 2013. Ela é uma cabaça de plástico com bolinhas dentro (bolinhas não sei de quê), provida de quatro anéis laterais e um no alto para que percussionista-torcedor encaixe os dedos sacudindo-a de acordo com a emoção do jogo.
Fabricado o objeto, resultou desse plástico-cabaça um som agressivo, quase desagradável. Invenção de Carlinhos Brown, de quem sou muito fã, a caxirola em si ela não seria má ideia, e poderia ter sobrevivido.
Fabricada nas cores nacionais brasileiras e pensada para ser sucesso nos campos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo, essa caxirola foi silenciada já na sua estreia, num jogo do Bahia contra o Vitória (28/04/2013). Os baianos acharam nela uma excelente oportunidade de economizar rádio de pilha, copo cheio de água ou de xixi, chinelo e sapato. Num dos muitos lances de raiva que o futebol promete entregar (e entrega) num jogo, o torcedor estragou a festa. Centenas de caxirolas voaram pro gramado. O que parecia uma boa ideia voou junto, banido sob ordens da Fifa ali mesmo.
Já o Fuleco, o seu sumiço se deve ao desencontro entre a Fifa e a ONG que protege o tatu-bola. A Caatinga que se vire sozinha e fique de olho no animalzinho simpático, pois a Copa do Brasil, essa começou e terminará sem mascote oficial. Por que a Fifa não fala sobre o que causou o desacerto? A ONG acha que a Fifa teria que colaborar de outro jeito. A Fifa acha que colabora do jeito dela?
Já não me incomodam os neologismos Brazuca, Fuleco e Caxirola, e salvei dois exemplares de cada objeto para minha história particular sobre da Copa no Brasil, que, passando para história, passará sem mascote.
As imagens oficiais do torneio internacional ficarão sem o Fuleco Tatu-bola. Desde 2013, o torcedor-percussionista ficou sem a caxirola.
*Celso Adolfo é violonista e compositor.
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