Reitores e sindicatos de USP, Unicamp e Unesp reabriram as negociações.
Professores, funcionários e estudantes estão em greve há mais de um mês.
A reunião realizada na tarde desta quinta-feira (3) entre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e os sindicatos de professores e funcionarios das universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp) terminou sem avanço na negociação da principal demanda dos docentes e técnicos-administrativos: a discussão sobre o reajuste salarial.
Em nota divulgada após a reunião pela professora Marilza Vieira Cunha Rudge, reitora da Unicamp e atual presidente do Cruesp, o conselho diz ter mantido a proposta de "manter a programação da discussão da data-base para setembro-outubro próximos, tendo em vista a situação orçamentário-financeira das instituições".
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As greves começaram após o Cruesp decidir, em 21 de maio, pelo reajuste zero nos salários de professores e funcionários das três universidades paulistas. O Cruesp afirmou, na ocasião, que o congelamento foi necessário por conta dos níveis de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento (de 95,42% na Unesp, 97,33% na Unicamp e 105,33% na USP).
A proposta de discutir esse reajuste só em setembro é rejeitada pelas categorias, que também pedem uma maior transparência no controle dos gastos das três instituições paulistas. Essa demanda o Cruesp se disse disposto a cumprir.
O conselho também manteve a proposta de criação de um grupo de trabalho para discutir a isonomia entre as três universidades e a assistência e a permanência estudantil, e sugeriu ainda "concentrar esforços para continuar trabalhando na negociação junto à Assembleia Legislativa para alteração do artigo 4º da LDO/2015", referindo-se à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015.
Segundo a Associação de Docentes da USP (Adusp), um dos problemas que afeta o orçamento das universidades paulistas é a interpretação desse artigo, que fala sobre as unidades orçamentárias da administração. As universidades devem receber, por lei, 9,57% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do estado de São Paulo. Em artigo publicado no fim de junho, a Adusp diz que o governo calcula esse valor a partir de uma base total menor, o que acarreta em uma redução do montante destinado às três instituições.
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