A sociedade contemporânea está carente de amor.
Lev Chaim*
Este último verão do hemisfério norte já pode ser denominado de o verão da guerra: Iraque, Síria, Gaza, Sudão, Mali, Ucrânia, entre outras partes do mundo. E depois da decapitação do fotógrafo-jornalista norte-americano, James Foley, por terroristas do ISIS (Islamic State) no Iraque, todos se perguntam: em que mundo vivemos hoje?
O vídeo da decapitação se espalhou através da mídia social como fogo em gasolina, principalmente entre os jovens. Nas primeiras cenas já senti repulsa e o desliguei imediatamente, sem jamais pensar em compartilhá-lo. Publiquei fotos do ocorrido, mas não o vídeo. A publicação do vídeo me pareceu criminosa.
Como expor tais barbáries na mídia social sem levar em consideração a diversidade do público e sua reação, além da família da vítima? E isto sem ao menos mencionar que tudo aquilo é, sem dúvida, um ato de insanidade. Se muitos adultos não conseguiram ver o filme inteiro, imaginem uma criança ou adolescente? Ou talvez não, pois eles podem muito bem ver tudo aquilo como um filme a mais, sem refletir profundamente.
Depois, aconteceu a execução sumária em praça pública, em Gaza, de “supostos” espiões pró-Israel, executada pelos extremistas do Hamas. Dezoito palestinos no total foram fuzilados apenas pela suspeita de terem espionados a favor do inimigo. E tudo isto foi mostrado ao mundo.
Através da internet, eu e minha amiga ilustradora e desenhista, Marguerita Bornstein, discutimos o fato. Ela, de Nova Iorque, cidade com mais de 8 milhões de habitantes, e eu, de Heusden, na Holanda, com apenas 1.400 habitantes, concordamos que a tecnologia igualou o perigo para todos, independentemente de onde estejamos.
E ela ainda comentou que “os jovens de hoje, devido a rapidez da tecnologia, perderam totalmente o senso crítico de muitas coisas”. Concordo totalmente com este raciocínio. A prova está ai: os milhares de compartilhamentos da decapitação do jornalista norte-americano, como algo “cool”. E era tudo o que os extremistas queriam.
A mídia social, como já previam os terroristas da ISIS, até ajudou na divulgação de sua causa: espetáculo cruel e sensacionalista, sem dar nenhuma chance à reflexão. E por mais louco que seja o objetivo desses extremistas loucos, eles estão conseguindo adeptos no mundo, principalmente entre jovens muçulmanos europeus: a destruição de todos que não concordam com a ideia de um Califado Islâmico radical, seja judeu, católico, árabe moderado etc.
Estou totalmente de acordo com o ponto de vista de um internauta que disse que a sociedade contemporânea esteja carente de amor. E a isto acrescento que existe também uma carência redundante de reflexão e vontade de entender o outro. Como o mestre Sócrates um dia nos ensinou: “nunca devemos escutar a voz da opinião pública, mas aprender a escutar a voz da razão”.
Vamos parar e refletir também sobre os grandes mitômanos de nossa época, que usam o poder apenas para mais poder, iludindo o público que os elegeu, tais como Vladimir Putin, Nicolás Maduro, Dilma Roussef, o ex-presidente Lula da Silva etc. Se usarmos da razão, podemos exercitar o nosso senso crítico e analítico.
Em um artigo do The New York Times, do autor e consultor para assuntos do Oriente Médio, Ed Husain, fez-se um apelo para que os Sauditas parem de exportar o extremismo ao mundo, ao apoiar os mais ortodoxos dos muçulmanos, os salafitas, que ainda vivem um Islão com raízes no século 19, avessos à qualquer influência ocidental. Para eles não tem compromisso.
Afirma-se ali que Al Qaeda, The Islamic State no Iraque e Síria (ISIS), Boko Haram e outras agrupações terroristas são oriundas dos sunitas salafitas, que vivem na Arábia Saudita. Por quatro décadas, aquele país teria se tornado o principal patrocinador do Salafismo Sunita ao redor do mundo, que representa apenas 3% da população muçulmana global.
Portanto, está mais do que claro que os Estados Unidos e a Europa necessitam repensar seus valores. Hoje, já não se pode dar ao luxo de ignorar o jogo duplo da monarquia da Arábia Saudita, caso tudo seja mesmo verdade, ao se posicionar como amiga do Ocidente e, ao mesmo tempo, exportar o extremismo.
Como Sócrates muito bem lembrou um dia, chegou a hora de se escutar a voz da razão, caso se queira mesmo colocar um fim a esse radicalismo insano que, nesses últimos meses, dominou o mundo e corre o perigo de ser mimetizado por jovens muçulmanos espalhados pelo globo. Tchau e até a próxima terça-feira.
Este último verão do hemisfério norte já pode ser denominado de o verão da guerra: Iraque, Síria, Gaza, Sudão, Mali, Ucrânia, entre outras partes do mundo. E depois da decapitação do fotógrafo-jornalista norte-americano, James Foley, por terroristas do ISIS (Islamic State) no Iraque, todos se perguntam: em que mundo vivemos hoje?
O vídeo da decapitação se espalhou através da mídia social como fogo em gasolina, principalmente entre os jovens. Nas primeiras cenas já senti repulsa e o desliguei imediatamente, sem jamais pensar em compartilhá-lo. Publiquei fotos do ocorrido, mas não o vídeo. A publicação do vídeo me pareceu criminosa.
Como expor tais barbáries na mídia social sem levar em consideração a diversidade do público e sua reação, além da família da vítima? E isto sem ao menos mencionar que tudo aquilo é, sem dúvida, um ato de insanidade. Se muitos adultos não conseguiram ver o filme inteiro, imaginem uma criança ou adolescente? Ou talvez não, pois eles podem muito bem ver tudo aquilo como um filme a mais, sem refletir profundamente.
Depois, aconteceu a execução sumária em praça pública, em Gaza, de “supostos” espiões pró-Israel, executada pelos extremistas do Hamas. Dezoito palestinos no total foram fuzilados apenas pela suspeita de terem espionados a favor do inimigo. E tudo isto foi mostrado ao mundo.
Através da internet, eu e minha amiga ilustradora e desenhista, Marguerita Bornstein, discutimos o fato. Ela, de Nova Iorque, cidade com mais de 8 milhões de habitantes, e eu, de Heusden, na Holanda, com apenas 1.400 habitantes, concordamos que a tecnologia igualou o perigo para todos, independentemente de onde estejamos.
E ela ainda comentou que “os jovens de hoje, devido a rapidez da tecnologia, perderam totalmente o senso crítico de muitas coisas”. Concordo totalmente com este raciocínio. A prova está ai: os milhares de compartilhamentos da decapitação do jornalista norte-americano, como algo “cool”. E era tudo o que os extremistas queriam.
A mídia social, como já previam os terroristas da ISIS, até ajudou na divulgação de sua causa: espetáculo cruel e sensacionalista, sem dar nenhuma chance à reflexão. E por mais louco que seja o objetivo desses extremistas loucos, eles estão conseguindo adeptos no mundo, principalmente entre jovens muçulmanos europeus: a destruição de todos que não concordam com a ideia de um Califado Islâmico radical, seja judeu, católico, árabe moderado etc.
Estou totalmente de acordo com o ponto de vista de um internauta que disse que a sociedade contemporânea esteja carente de amor. E a isto acrescento que existe também uma carência redundante de reflexão e vontade de entender o outro. Como o mestre Sócrates um dia nos ensinou: “nunca devemos escutar a voz da opinião pública, mas aprender a escutar a voz da razão”.
Vamos parar e refletir também sobre os grandes mitômanos de nossa época, que usam o poder apenas para mais poder, iludindo o público que os elegeu, tais como Vladimir Putin, Nicolás Maduro, Dilma Roussef, o ex-presidente Lula da Silva etc. Se usarmos da razão, podemos exercitar o nosso senso crítico e analítico.
Em um artigo do The New York Times, do autor e consultor para assuntos do Oriente Médio, Ed Husain, fez-se um apelo para que os Sauditas parem de exportar o extremismo ao mundo, ao apoiar os mais ortodoxos dos muçulmanos, os salafitas, que ainda vivem um Islão com raízes no século 19, avessos à qualquer influência ocidental. Para eles não tem compromisso.
Afirma-se ali que Al Qaeda, The Islamic State no Iraque e Síria (ISIS), Boko Haram e outras agrupações terroristas são oriundas dos sunitas salafitas, que vivem na Arábia Saudita. Por quatro décadas, aquele país teria se tornado o principal patrocinador do Salafismo Sunita ao redor do mundo, que representa apenas 3% da população muçulmana global.
Portanto, está mais do que claro que os Estados Unidos e a Europa necessitam repensar seus valores. Hoje, já não se pode dar ao luxo de ignorar o jogo duplo da monarquia da Arábia Saudita, caso tudo seja mesmo verdade, ao se posicionar como amiga do Ocidente e, ao mesmo tempo, exportar o extremismo.
Como Sócrates muito bem lembrou um dia, chegou a hora de se escutar a voz da razão, caso se queira mesmo colocar um fim a esse radicalismo insano que, nesses últimos meses, dominou o mundo e corre o perigo de ser mimetizado por jovens muçulmanos espalhados pelo globo. Tchau e até a próxima terça-feira.
*Lev Chaim é jornalista, colunista, publicista da Fala Brasil e trabalhou 20 anos para a Radio Internacional da Holanda, país onde mora até hoje. Ele escreve todas as terças-feiras para o Dom Total.
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