Roteiro Homilético
A proposta de reflexão da liturgia dominical é de autoria do Pe. Johan Konings SJ, preparada pelo Pe. Jaldemir Vitório SJ - Reitor e professor da FAJE.
O evangelho conta que Jesus se retira de sua cidade para outro lugar à beira do lago, e as multidões saem à sua procura. Movido de compaixão, Jesus cura os doentes no meio da multidão. Depois, na hora da janta, não quer que o povo vá embora com fome. Manda que os discípulos, com sua pequena reserva de cinco pães e dois peixes, alimentem a multidão. E saciam os cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças...
Trata-se de um gesto profético de Jesus. O profeta Isaías tinha anunciado pão de graça (1ª leitura): o pão da sabedoria, da palavra, da instrução da Lei. Jesus “põe em prática” essa palavra profética, acrescentando também o pão material. A multiplicação do pão material mostra que Jesus nos alimenta com o pão que vem de Deus, sua palavra, a mensagem do Reino. É um gesto que inaugura o Reino. O pão material é o primeiro fruto do pão da Palavra...
Se a Igreja prega a Palavra, cabe-lhe também realizar gestos proféticos. Existem bastantes famintos para que se justifique um novo “sinal do pão”, que realize, por um exemplo material, algo do Reino anunciado por Jesus. Não podemos falar do amor de Deus, se não realizamos a justiça material (e vital) para a multidão, assim como Jesus dela teve “compaixão”.
A fome de Deus será sempre o mais importante, mas a fome do pão é o mais urgente. O pão é material não é o dom último, mas é um “aperitivo do Reino”. (Por isso devemos cuidar que ele tenha o gostinho do Reino e não do materialismo.)
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