Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou, na tarde desta quarta-feira, a terceira Viagem Apostólica internacional do seu Pontificado, à Coreia do Sul, após ter visitado o Brasil e a Terra Santa.
Antes de deixar a Itália, como fez nas viagens precedentes, o Santo Padre dirigiu-se à Basílica romana de Santa Maria Maior, onde de deteve, por alguns momentos, em oração diante da imagem de Nossa Senhora “Salvação do Povo Romano”, após ter depositado um ramalhete de flores aos seus pés. Assim, o Papa pediu a proteção materna de Maria para o bom êxito da sua visita à Coréia.
O Papa Francisco deixou o aeroporto romano de Fiumicino às 16 horas, hora local, com destino a Seul, capital da República da Coréia, onde chegou após 11 horas e 22 minutos de vôo. Durante a viagem, como de costume, o Pontífice enviou telegramas aos chefes de Estado, dos dez países sobrevoados: Itália, Croácia, Eslovênia, Áustria, Eslováquia, Polônia, Belarus, Rússia, Mongólia e China.
Durante a longa viagem, o Santo Padre fez uma breve saudação aos jornalistas, que o acompanhavam, agradecendo-os pela presença, como também pelo serviço jornalístico que prestarão nestes cinco dias de permanência em terras coreanas. O Papa recomendou aos jornalistas que “a sua palavra possa sempre unir-nos ao mundo”, mas também que a sua palavra possa ser uma verdadeira “mensagem de paz”, da qual o mundo tanto precisa, hoje.
Ao chegar à Base Aérea de Seul, o Bispo de Roma foi acolhido pelas autoridades civis e religiosas, entre as quais o Núncio Apostólico, Dom Osvaldo Padilla, a Presidência dos Bispos da Coréia, o arcebispo de Seul, e a Presidente do país, Sra. Park Geun-hye.
Após a sua chegada a Seul, o Santo Padre lançou o seguinte tweet: “Deus abençoe a Coréia, especialmente os seus idosos e os seus jovens”!
Depois da cerimônia de boas vindas, o Pontífice se dirigiu à Nunciatura Apostólica, onde celebrou uma Santa Missa, em forma privada. Em sua breve reflexão, o Papa falou em italiano e espanhol sobre a liturgia do dia. A seguir, transferiu-se ao Palácio Presidencial de Seul, para uma visita de cortesia à Presidente do país. Participaram do encontro dois Ministros coreanos, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e o Núncio Apostólico.
A seguir, o Papa Francisco manteve um encontro com as Autoridades governamentais e os representantes do Corpo Diplomático, no Palácio Presidencial de Seul. Depois das palavras de boas vindas da Presidente, Park Geun-hye, o Santo Padre pronunciou seu primeiro discurso, em inglês, dizendo:
“Queridos amigos! Para mim é uma grande alegria vir à Coreia, a ‘terra do calmo amanhecer’, e experimentar não só a beleza natural do país, mas também e, sobretudo, a beleza do seu povo e da sua riqueza histórica e cultural. No decurso dos anos, esta herança nacional foi colocada à prova pela violência, a perseguição e a guerra; mas, não obstante essas provações, sempre prevaleceu o ‘calmo amanhecer’, quando o calor do dia ainda não se fez sentir e a escuridão da noite já se foi, ou seja, uma inalterável esperança de justiça, paz e unidade. Que grande dom é a esperança! Não podemos desanimar na busca destas metas, que beneficiam não só o povo coreano mas também toda a região e o mundo inteiro”.
Após agradecer a presença das autoridades e representantes do governo, que contribuíram, com seus esforços, para a preparação da sua visita, o Papa expressou seu reconhecimento pela hospitalidade, sentindo-se como se estivesse em casa. Depois, explicou o motivo da sua visita ao país:
“A minha visita à Coreia realiza-se por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que reúne jovens católicos de todo este vasto Continente numa jubilosa celebração da fé comum. Além disso, no decurso da minha visita, proclamarei Beatos alguns coreanos martirizados pela fé cristã: Paul Yun Ji-chung e os seus 123 companheiros. Estes dois acontecimentos que celebramos completam-se reciprocamente. A cultura coreana possui uma boa compreensão da dignidade e sabedoria próprias dos antigos e honra o seu papel na sociedade. Nós, católicos, honramos os nossos antigos, que sofreram o martírio pela fé, porque se prontificaram a dar a vida pela verdade em que acreditaram e de acordo com a qual procuraram viver. Ensinam-nos a viver plenamente para Deus e para o bem do próximo”.
Um povo grande e sábio, disse o Papa, não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado, que aplica aos desafios do presente. Sempre que os jovens se reúnem, como sucede nesta ocasião, oferecem a todos uma oportunidade preciosa para ouvirmos as suas esperanças e preocupações.
Mas, todos nós, explicou ainda o Pontífice, somos chamados também a refletir se estamos transmitindo, de modo adequado, os nossos valores às futuras gerações e qual tipo de sociedade nós preparamos para lhes entregar.
Neste contexto, o Santo Padre considera, particularmente importante, refletir sobre a necessidade de transmitir o dom da paz aos nossos jovens:
“Este apelo reveste-se de um significado muito especial aqui na Coreia, uma terra que sofreu longamente por falta de paz. Exprimo o meu apreço pelos esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na Península Coreana e encorajo tais esforços, que são o único caminho seguro para uma paz duradoura. A busca da paz, por parte da Coréia, é uma causa que nos preocupa, de modo particular, pois concorre para a estabilidade de toda a região e do mundo inteiro, cansados de guerras”.
A busca da paz, afirmou o Bispo de Roma, constitui um desafio também para cada um de nós e, de modo especial, para os que, entre os senhores, têm a tarefa de trabalhar pelo bem comum da família humana, mediante um paciente trabalho diplomático. Trata-se de um perene desafio de abater os muros da desconfiança e do ódio, promovendo uma cultura de reconciliação e solidariedade. E o Papa afirmou:
“A diplomacia, como arte possível, baseia-se na convicção firme e perseverante de que a paz pode ser alcançada, sobretudo, através do diálogo e da escuta atenta e discreta, ao invés de recriminações recíprocas, críticas inúteis e demonstrações de força. A paz não é simplesmente ausência de guerra, mas é obra da justiça. E a justiça, como virtude, faz apelo à tenacidade da paciência; ela não pretende fazer-nos esquecer as injustiças do passado, mas superá-las com o perdão, a tolerância e a cooperação. Ela requer ainda o desejo e o discernimento para alcançar os objetivos, reciprocamente vantajosos, e a construção dos alicerces do respeito mútuo, da compreensão e da reconciliação. Faço votos de que todos nós possamos dedicar-nos à construção da paz, à oração pela paz, redobrando o nosso compromisso para realizá-la”.
O Bispo de Roma convidou as autoridades e os diplomatas coreanos a reforçar seus esforços, como líderes políticos e civis, para a construção de um mundo melhor, mais pacífico, mais justo e próspero para os nossos filhos.
A experiência nos ensina, disse o Santo Padre, que, em um mundo cada vez mais globalizado, a compreensão do bem comum, do progresso e do desenvolvimento deve ser, em última análise, não só de caráter econômico, mas também humano. A Coreia, como a maioria das nações desenvolvidas, enfrenta relevantes problemáticas sociais, divisões políticas, desigualdades econômicas e preocupações na gestão responsável do meio ambiente.
O Papa Francisco fez sua exortação final dizendo: “Como é importante que a voz de cada membro da sociedade seja ouvida ao promover um espírito de comunicação aberto, de diálogo e cooperação! É igualmente importante dedicar especial atenção aos pobres, aos mais vulneráveis e aos que não têm voz. O Santo Padre nutre a esperança de que a democracia coreana possa se fortalecer, cada vez mais, a fim de que esta nação demonstre sua primazia também na ‘globalização da solidariedade’ e no desenvolvimento integral de cada membro da família humana.
Por fim, o Santo Padre expressou o desejo de que a comunidade católica coreana possa participar plenamente da vida da nação: “A Igreja quer contribuir para a educação dos jovens e para o crescimento de um espírito de solidariedade com os pobres e desfavorecidos; que contribuir para a formação das jovens gerações, pronta a oferecer a sabedoria e clarividência herdadas dos seus antepassados e nascidas da sua fé, para que possam enfrentar as grandes questões políticas e sociais da nação. (MT)
Rádio Vaticano
Antes de deixar a Itália, como fez nas viagens precedentes, o Santo Padre dirigiu-se à Basílica romana de Santa Maria Maior, onde de deteve, por alguns momentos, em oração diante da imagem de Nossa Senhora “Salvação do Povo Romano”, após ter depositado um ramalhete de flores aos seus pés. Assim, o Papa pediu a proteção materna de Maria para o bom êxito da sua visita à Coréia.
O Papa Francisco deixou o aeroporto romano de Fiumicino às 16 horas, hora local, com destino a Seul, capital da República da Coréia, onde chegou após 11 horas e 22 minutos de vôo. Durante a viagem, como de costume, o Pontífice enviou telegramas aos chefes de Estado, dos dez países sobrevoados: Itália, Croácia, Eslovênia, Áustria, Eslováquia, Polônia, Belarus, Rússia, Mongólia e China.
Durante a longa viagem, o Santo Padre fez uma breve saudação aos jornalistas, que o acompanhavam, agradecendo-os pela presença, como também pelo serviço jornalístico que prestarão nestes cinco dias de permanência em terras coreanas. O Papa recomendou aos jornalistas que “a sua palavra possa sempre unir-nos ao mundo”, mas também que a sua palavra possa ser uma verdadeira “mensagem de paz”, da qual o mundo tanto precisa, hoje.
Ao chegar à Base Aérea de Seul, o Bispo de Roma foi acolhido pelas autoridades civis e religiosas, entre as quais o Núncio Apostólico, Dom Osvaldo Padilla, a Presidência dos Bispos da Coréia, o arcebispo de Seul, e a Presidente do país, Sra. Park Geun-hye.
Após a sua chegada a Seul, o Santo Padre lançou o seguinte tweet: “Deus abençoe a Coréia, especialmente os seus idosos e os seus jovens”!
Depois da cerimônia de boas vindas, o Pontífice se dirigiu à Nunciatura Apostólica, onde celebrou uma Santa Missa, em forma privada. Em sua breve reflexão, o Papa falou em italiano e espanhol sobre a liturgia do dia. A seguir, transferiu-se ao Palácio Presidencial de Seul, para uma visita de cortesia à Presidente do país. Participaram do encontro dois Ministros coreanos, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e o Núncio Apostólico.
A seguir, o Papa Francisco manteve um encontro com as Autoridades governamentais e os representantes do Corpo Diplomático, no Palácio Presidencial de Seul. Depois das palavras de boas vindas da Presidente, Park Geun-hye, o Santo Padre pronunciou seu primeiro discurso, em inglês, dizendo:
“Queridos amigos! Para mim é uma grande alegria vir à Coreia, a ‘terra do calmo amanhecer’, e experimentar não só a beleza natural do país, mas também e, sobretudo, a beleza do seu povo e da sua riqueza histórica e cultural. No decurso dos anos, esta herança nacional foi colocada à prova pela violência, a perseguição e a guerra; mas, não obstante essas provações, sempre prevaleceu o ‘calmo amanhecer’, quando o calor do dia ainda não se fez sentir e a escuridão da noite já se foi, ou seja, uma inalterável esperança de justiça, paz e unidade. Que grande dom é a esperança! Não podemos desanimar na busca destas metas, que beneficiam não só o povo coreano mas também toda a região e o mundo inteiro”.
Após agradecer a presença das autoridades e representantes do governo, que contribuíram, com seus esforços, para a preparação da sua visita, o Papa expressou seu reconhecimento pela hospitalidade, sentindo-se como se estivesse em casa. Depois, explicou o motivo da sua visita ao país:
“A minha visita à Coreia realiza-se por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que reúne jovens católicos de todo este vasto Continente numa jubilosa celebração da fé comum. Além disso, no decurso da minha visita, proclamarei Beatos alguns coreanos martirizados pela fé cristã: Paul Yun Ji-chung e os seus 123 companheiros. Estes dois acontecimentos que celebramos completam-se reciprocamente. A cultura coreana possui uma boa compreensão da dignidade e sabedoria próprias dos antigos e honra o seu papel na sociedade. Nós, católicos, honramos os nossos antigos, que sofreram o martírio pela fé, porque se prontificaram a dar a vida pela verdade em que acreditaram e de acordo com a qual procuraram viver. Ensinam-nos a viver plenamente para Deus e para o bem do próximo”.
Um povo grande e sábio, disse o Papa, não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado, que aplica aos desafios do presente. Sempre que os jovens se reúnem, como sucede nesta ocasião, oferecem a todos uma oportunidade preciosa para ouvirmos as suas esperanças e preocupações.
Mas, todos nós, explicou ainda o Pontífice, somos chamados também a refletir se estamos transmitindo, de modo adequado, os nossos valores às futuras gerações e qual tipo de sociedade nós preparamos para lhes entregar.
Neste contexto, o Santo Padre considera, particularmente importante, refletir sobre a necessidade de transmitir o dom da paz aos nossos jovens:
“Este apelo reveste-se de um significado muito especial aqui na Coreia, uma terra que sofreu longamente por falta de paz. Exprimo o meu apreço pelos esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na Península Coreana e encorajo tais esforços, que são o único caminho seguro para uma paz duradoura. A busca da paz, por parte da Coréia, é uma causa que nos preocupa, de modo particular, pois concorre para a estabilidade de toda a região e do mundo inteiro, cansados de guerras”.
A busca da paz, afirmou o Bispo de Roma, constitui um desafio também para cada um de nós e, de modo especial, para os que, entre os senhores, têm a tarefa de trabalhar pelo bem comum da família humana, mediante um paciente trabalho diplomático. Trata-se de um perene desafio de abater os muros da desconfiança e do ódio, promovendo uma cultura de reconciliação e solidariedade. E o Papa afirmou:
“A diplomacia, como arte possível, baseia-se na convicção firme e perseverante de que a paz pode ser alcançada, sobretudo, através do diálogo e da escuta atenta e discreta, ao invés de recriminações recíprocas, críticas inúteis e demonstrações de força. A paz não é simplesmente ausência de guerra, mas é obra da justiça. E a justiça, como virtude, faz apelo à tenacidade da paciência; ela não pretende fazer-nos esquecer as injustiças do passado, mas superá-las com o perdão, a tolerância e a cooperação. Ela requer ainda o desejo e o discernimento para alcançar os objetivos, reciprocamente vantajosos, e a construção dos alicerces do respeito mútuo, da compreensão e da reconciliação. Faço votos de que todos nós possamos dedicar-nos à construção da paz, à oração pela paz, redobrando o nosso compromisso para realizá-la”.
O Bispo de Roma convidou as autoridades e os diplomatas coreanos a reforçar seus esforços, como líderes políticos e civis, para a construção de um mundo melhor, mais pacífico, mais justo e próspero para os nossos filhos.
A experiência nos ensina, disse o Santo Padre, que, em um mundo cada vez mais globalizado, a compreensão do bem comum, do progresso e do desenvolvimento deve ser, em última análise, não só de caráter econômico, mas também humano. A Coreia, como a maioria das nações desenvolvidas, enfrenta relevantes problemáticas sociais, divisões políticas, desigualdades econômicas e preocupações na gestão responsável do meio ambiente.
O Papa Francisco fez sua exortação final dizendo: “Como é importante que a voz de cada membro da sociedade seja ouvida ao promover um espírito de comunicação aberto, de diálogo e cooperação! É igualmente importante dedicar especial atenção aos pobres, aos mais vulneráveis e aos que não têm voz. O Santo Padre nutre a esperança de que a democracia coreana possa se fortalecer, cada vez mais, a fim de que esta nação demonstre sua primazia também na ‘globalização da solidariedade’ e no desenvolvimento integral de cada membro da família humana.
Por fim, o Santo Padre expressou o desejo de que a comunidade católica coreana possa participar plenamente da vida da nação: “A Igreja quer contribuir para a educação dos jovens e para o crescimento de um espírito de solidariedade com os pobres e desfavorecidos; que contribuir para a formação das jovens gerações, pronta a oferecer a sabedoria e clarividência herdadas dos seus antepassados e nascidas da sua fé, para que possam enfrentar as grandes questões políticas e sociais da nação. (MT)
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