quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Quando a atração somos nós

Todos os anos, no mês de agosto, 70 mil pessoas se reúnem no deserto de Nevada (EUA) para o festival Burning Man. O nome faz referência a uma estátua de madeira de aproximadamente 15 metros, que é queimada ao final do evento. Seria essa a grande atração? Alguns, ‘à primeira vista’, diriam que sim. Como ainda não estive por lá, posso dar apenas um palpite [com base em leituras e depoimentos de amigos]: a atração são os participantes.

Eles são encorajados a se expressar, seja por meio de roupas – ou ausência delas –, adereços, instalações artísticas, música. Nesse sentido, vale tudo. “Não importa o que você faça, desde que seja criativamente”, descreve Karla Brunet, em texto para ZipTravel Magazine. É criado, então, um espetáculo visual e performático dos mais variados, que não acontece “somente nos palcos, mas em qualquer lugar”.

Não importa também quem você é ou ‘como é’: qualquer pessoa pode ser parte do Burning Man. “Saudamos e respeitamos o estranho”, afirmam os organizadores na página do evento. Todos, por sua vez, são convidados a exercitar o autoconhecimento. E a presentear os demais, sem esperar retorno ou objetos "de mesmo valor".  No entanto, você certamente receberá algo. O festival é sobre pessoas, trocas (que vão muito além dos presentes) e experiências.

As trocas, inclusive, comandam a sobrevivência dos participantes. Não há lojas ou comércio no local; é preciso levar água, comida, suprimentos, trailers, barracas. E pedir ou negociar com o ‘coleguinha’, caso falte algo. “Putz, todo esse trabalho e não há nenhum grande show, tipo ‘Stones’, e você lá no meio do deserto”, comentou um colega. É engraçado como o ‘inferno’ para uns pode ser exatamente o desejo do outro. “Sim, o legal é isso!”, respondi. A oportunidade de conhecer pessoas e compartilhar experiências. Essa ‘imersão’ em ‘nosso mundo’ e o contato com o ‘mundo’ dos outros.

Bom, poderia dizer muito mais (sobre a história, a logística, os ingressos, a cidade que é construída especialmente para o evento). Mas, por hora, deixo um convite: vamos? Este ano não dá mais tempo (até dá), mas 2015 está ai. Quem sabe a gente se vê por lá.

Pessoas

Em 2012, embarquei sozinha para ver o ‘Kings of Leon’ no Planeta Terra. Sim, o show foi bem legal, mas em grande parte porque a Virgínia, a Bruna, a Débora e a Roane estavam comigo. “Uai, você não foi sozinha?”. Sim, todas fomos sozinhas, na verdade. Nos conhecemos no ônibus, a caminho de São Paulo. E o show do Garbage, que nem estava nos meus planos (mas era o principal para a Virgínia), acabou se mostrando um dos pontos altos do evento. Aquela história de estar aberta a experiências tem tudo a ver com festivais.

O Burning Man tem uma proposta bem específica, mas no fim das contas, eventos assim acabam sendo ‘mais pelas pessoas’ do que pelas atrações (no meu caso). Não que vá necessariamente fazer novos amigos. Mas se estou indo com ‘velhos’ companheiros, certamente teremos novos casos pra contar.

I Love Jazz

E por falar em festivais, a capital mineira recebe neste fim de semana (dias 8, 9 e 10 de agosto) o Festival Internacional I Love Jazz. O evento acontece na Praça do Papa, com entrada gratuita. Confira a programação!

Circuito Banco do Brasil

Na última semana, foram anunciadas as atrações do Circuito Banco do Brasil. Em Belo Horizonte, o festival está marcado para 18 de outubro e contará com shows Linkin Park, Panic! At The Disco, Titãs e Nação Zumbi. No fim, acredito que a melhor notícia foi a mudança no local do evento, que deixa o Mega Space e acontece na Esplanada do Mineirão. Aquele ‘caos’ de 2013 seria bem difícil de enfrentar novamente.

 

Patrícia AzevedoÉ graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com formação complementar em Ciências Sociais. Especialista em Gestão Estratégia da Comunicação pela PUC-Minas. Foi bailarina do Grupo Experimental 1º Ato e integrou a equipe do programa ‘Livro Aberto’ (atual ‘Imagem da Palavra’) da Rede Minas de Televisão. Atuou também, como jornalista, nas assessorias de comunicação da UFMG, do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar. É repórter do portal Dom Total desde setembro de 2008. 

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