Um dos maiores teleféricos do mundo faz o caminho até o mosteiro de Tatev, que beira penhasco considerado uma das mais bonitas vistas do mundo.
Cavernas, montanhas e penhascos para onde quer que se olhe. Em alguns lugares, as rochas formam paisagens impressionantes. Um imenso paredão parece até que foi esculpido pelo homem, mas tudo isso é obra da natureza. O lugar é chamado de Sinfonia das Rochas. Lembra os tubos de um órgão, comum nas antigas catedrais. Uma obra de arte criada a partir de uma erupção vulcânica e desenhada pela água e pelo vento durante milhões de anos.
O povo da Armênia costuma dizer que Deus criou o mundo em seis dias e que no sétimo dia juntou todas as pedras que sobraram e jogou sobre o país. É uma brincadeira, é claro, mas pedra por lá é o que não falta. Em uma nação erguida sobre rochas, a fé transforma montanhas.
O país tão pequeno tem mais de duas mil igrejas e muitas delas foram construídas em lugares estratégicos. Os templos surgem nos lugares mais improváveis. Mas todos escolhidos a dedo. Como o mosteiro de Tatev, um dos mais belos exemplares da arquitetura da Armênia.
O monastério, que começou a ser construído há mais de mil anos, fica na beira de um penhasco e essa é considerada uma das vistas mais bonitas do mundo. O templo parece se equilibrar na extremidade da montanha e, diante dele, um vale de tirar o fôlego. Hoje, a ousadia dos construtores do passado tem concorrência. Para chegar ao mosteiro, não é mais preciso enfrentar uma trilha entre as montanhas.
Um dos maiores teleféricos do mundo tem quase seis quilômetros de extensão e é tão grande que no início não dá para ver o fim. A bordo do bondinho, o trajeto dura 12 minutos. E o caminho enche os olhos. No ponto mais alto, são 320 metros até o chão. É um passeio silencioso. Um sobrevoo, como o das aves que nos dão as boas vindas, nas cavernas de Areni, a caverna dos pássaros.
Descoberta arqueológica mais importante da Armênia
Uma descoberta feita há poucos anos surpreendeu cientistas do mundo todo. Foi na entrada da caverna que pesquisadores fizeram a descoberta arqueológica mais importante da Armênia. Em um buraco, eles encontraram um dos sapatos mais antigos do mundo, de 5.500 anos atrás. O sapato está hoje em um museu da capital, Erevan, e nem parece um modelo tão ultrapassado assim. É uma peça de couro costurado, muito parecida com os calçados feitos ainda hoje nas vilas rurais da Armênia.
Quem encontrou o sapato foi uma jovem arqueóloga. Diana explica que o ambiente seco, frio, com temperaturas praticamente constantes, ajuda a preservar o passado. E as escavações em Areni ainda têm muito a revelar.
“Nós não sabemos quase nada sobre este período, então tudo o que a gente vê aqui é muito novo e muito importante para entender como era a vida do homem daquela época”, explica a arqueóloga Diana Zardaryan.
Hoje, a vida no interior do país depende da chegada dos turistas. E é para eles que algumas senhoras preparam delícias da culinária Armênia. A equipe do Globo Repórter não resistiu à tentação de experimentar um pão diferente, feito em casa pelas mulheres da vila: um pão doce que tem um recheio de nozes. O pão custa 2 mil drams, cerca de R$ 11.
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