Filme divide fãs com 'A culpa é das estrelas' e estreia nesta quinta-feira (3).
Longa baseado em livro tem Chloë Moretz em coma e citações musicais.
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Nas pré-estreias do filme "A culpa é das estrelas", em junho, alguém teve a brilhante ideia de distribuir pacotes de lencinhos com anúncios de "Se eu ficar" ao fim das sessões. A ação promocional mostra bem qual público este filme busca: meninas entre 12 e 18 anos, afeitas a best-sellers e blockbusters em que paqueras, brigas e citações de cultura pop se dão em corredores de hospital e no fim de sessões (de quimioterapia).
"Se eu ficar", com estreia nesta quinta-feira (4) no Brasil, narra a história de uma estudante que toca violoncelo e ama música clássica, mas tem pais, irmão e namorado roqueiros. Essa é a parte leve, com diálogos até que bem sacados sobre Iggy Pop e "bateristas de bandas de punk rock de Portland", cidade americana onde rola a história (veja o trailer acima).
Mas, como manda a tendência, nem tudo é felicidade. Um acidente logo no começo bota a protagonista Mia Hall em coma. O filme alterna momentos fofos e pesados. Na plateia, há suspiros de agonia quando a narrativa pula de um show de rock para uma sala de espera de hospital. A sensação é de estar comendo pipoca e de repente engasgar. Os cortes são bruscos, agoniantes. Desde "La Bamba" (1987), não se tinha notícia de um filme com bandas de rock e tanta tragédia. Na batalha dos "feel bad movies", "Se eu ficar" merece uma patente das mais altas. Ponto para o filme: é fácil se afeiçoar pelos personagens.
Arrastado além da conta
O brasileiro Heitor Dhalia ("Serra Pelada" e "À deriva") chegou a ser anunciado para o cargo de diretor, mas o estreante R.J. Cutler acabou ficando com o emprego, após dirigir documentários e seriados. Ele não ajuda muito. Nas mãos de alguém mais tarimbado, "Se eu ficar" poderia ir um pouco além, ser menos arrastado, principalmente no final. Os 15 minutos finais são muito cansativos.
Arrastado além da conta
O brasileiro Heitor Dhalia ("Serra Pelada" e "À deriva") chegou a ser anunciado para o cargo de diretor, mas o estreante R.J. Cutler acabou ficando com o emprego, após dirigir documentários e seriados. Ele não ajuda muito. Nas mãos de alguém mais tarimbado, "Se eu ficar" poderia ir um pouco além, ser menos arrastado, principalmente no final. Os 15 minutos finais são muito cansativos.
Aos 17 anos, Chloë Grace Moretz ("Kick-ass" e "Carrie, a Estranha") não precisa se esforçar muito para dar conta do papel. Ela faz cara de compenetrada quando toca violoncelo; olha de lado e entorta a boca quando apaixonada; e chora. Muito. Só sai um pouco do tom na hora que é o espírito de Mia, vagando pelo hospital. Mas ela tem um bom elenco de apoio, como Jamie Blackley (bom como par romântico, melhor como roqueiro emergente) e Stacy Keach (avô durão que se derrete).
O livro no qual o filme se baseia, escrito pela americana Gayle Forman, foi lançado em 2009, três anos antes de "A culpa é das estrelas". Agora, os papéis se invertem: foi "A culpa" que mostrou que chororô faz boas bilheterias teens. Quem antes não entendia o sucesso do triângulo amoroso entre vampiro, lobisomem e humana, provavelmente deve estar de novo com cara de "quê?", graças a esta safra inesgotável de "romances de hospital".
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