segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O susto além do Estado Islâmico

Luta contra radicais eleva preocupação de países com o terrorismo a níveis semelhantes à economia e educação.

Por Richard Furst*

JERUSALÉM -  "Libertem o meu marido antes que seja tarde demais", implorou nesse domingo (21), em um comunicado, a esposa do agente humanitário britânico mantido refém pelo Estado Islâmico (EI). Especialistas em Oriente Médio categorizam no comentário sobre o combate às ações do grupo radical que atua no Iraque e na Síria, além da influência na internet. "O mundo esperou demais", eles dizem.

O grupo Estado Islâmico publica vídeos na internet em que mostra decapitações e mortes. Entre os casos que chamaram a atenção do mundo, estão dois jornalistas norte-americanos e um agente humanitário britânico.

A ameaça agora é matar o ex-taxista Alan Henning na sequência. Alan, de 47 anos, foi sequestrado em dezembro na Síria, pouco depois de entrar no país com um comboio de ajuda vindo da Turquia.

Os turcos, inclusive, se recusaram a revelar detalhes da operação que garantiu a libertação de 49 pessoas mantidas reféns pelo grupo extremista. Aos jornalistas, o presidente Tayyip Erdogan negou que tenha havido pagamento de resgate. "Comandar um Estado não é como gerenciar uma mercearia, temos que proteger assuntos sensíveis", disse Erdogan.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi ameaçada, segundo texto publicado no site do governo argentino.

O que vemos é a ampliação cada vez maior dos 30 mil combatentes do EI, apesar dos ataques aéreos dos Estados Unidos e da França; da reação australiana; da ajuda com armas vindas da Alemanha e da mobilização de mais de 40 países.

Os radicais chegaram a Mossul, uma das principais cidades iraquianas, há quase quatro meses. Cometeram estupros, roubos, assassinatos públicos, até chegarem ao ponto das imagens das decapitações. Pessoas do mundo inteiro "entram na moda" (principalmente na Grã-Bretanha, França e Bélgica) e tentam se aproximar ou fazer parte de alguma forma das ações cruéis do EI.
*Richard Furst é jornalista e mora em Jerusalém.

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