Em seu discurso aos Bispos camaroneses, o Pontífice disse que esta visita ao túmulo dos Apóstolos lhes dá a oportunidade de renovar o seu encorajamento e a sua confiança, como também enfatizar o espírito de comunhão que mantêm com a Sé Apostólica. Unidade e diversidade são realidades que os levam a defender a riqueza humana e espiritual de suas dioceses.
O Papa Francisco expressou aos Bispos seu desejo de que possam manter uma boa colaboração entre a Igreja local e o Estado camaronês, que assinou um acordo recente com a Santa Sé. Aqui, o Papa os convidou a colocar em prática este Acordo, para o reconhecimento legal de muitas instituições, por um maior benefício, não só da Igreja, mas de toda a sociedade camaronesa.
Neste sentido, o Bispo de Roma reconheceu o empenho considerável das Igrejas locais, com as suas muitas instituições de caridade, de educação e saúde, reconhecidas e apreciadas pelas autoridades civis. O envolvimento na obra social faz parte integrante da evangelização, devido a uma estreita ligação entre evangelização e promoção humana.
Por isso, o Santo Padre encorajou os pastores camaroneses a perseverarem a prestar maior atenção aos mais necessitados, dando-lhes apoio, material e espiritual, envolvendo, sobretudo, os membros de institutos religiosos e os movimentos leigos. A evangelização será mais eficaz na medida em que o Evangelho for realmente vivido por aqueles que receberam esta missão.
Além disso, recordou o Pontífice, a presença significativa de muçulmanos, em algumas dioceses, se torna um convite urgente a testemunhar, com coragem e alegria, a fé em Cristo ressuscitado. Estabelecer um diálogo de vida com os muçulmanos, num espírito de confiança mútua, é essencial para manter um clima de convivência pacífica, como também evitar atos de violência contra os cristãos, que continuam sendo vítimas em muitas partes do continente africano.
A seguir, o Papa pediu aos Bispos de Camarões a dar prioridade, na sua missão, à ação de implantação e fortalecimento da fé nos corações dos fiéis. A formação dos cristãos engajados é elemento essencial para o desenvolvimento do Povo de Deus, sobretudo uma antítese ao relativismo e à secularização, que começam a criar raízes na África. A presença dos muitos leigos, que atuam em paróquias e movimentos, é vital para a transmissão da fé. Eis porque a sua formação deve ser sólida e permanente.
Por outro lado, o Papa não deixou de focalizar, em seu discurso aos Bispos camaroneses, o tema da família, que deve ser o foco de sua ação pastoral. Hoje, as famílias, de modo particular, naquele país, enfrentam graves dificuldades, como a pobreza, a emigração maciça, a falta de segurança, que as levam à tentação de voltar às práticas ancestrais, incompatíveis com a fé cristã, e até a empreender novos estilos de vida de um mundo secularizado.
Por fim, o Bispo de Roma recomendou aos Bispos camaroneses o clero e o seu constante zelo apostólico, apesar das condições difíceis e de insegurança em que atuam; o cuidado das vocações sacerdotais, que enfrentam todo tipo de adversidades e tentações de poder, honra e lucro; e a vida consagrada, que deve ser encorajada a dar testemunho profético e exemplo de reconciliação, justiça e paz. (MT)
Rádio Vaticano
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