Série cheia de credencial, Steven Soderbergh na direção, Clive Owen como protagonista, e aí você vai ver e é... fraquinha. Não é ruim, não, mas a gente sabe que não basta um nome de peso na direção quando a série não tem o que mais importa: um bom roteiro.
E “The Knick” (série do canal Cinemax que estreou tem tipo um mês) não tem um bom roteiro, ao menos até agora. Os dois episódios a que eu assisti até agora são ok, apenas ok. Meio previsíveis demais. Sem sutileza. Com o bom e velho e já meio nos cansando anti-heroi no papel do protagonista – o que pode ser lindo se for feito direito, sabemos.
A série mostra um hospital na virada do século 19 para o 20 que começa a usar técnicas inovadoras para a época. Meio um “E.R.” de cem anos atrás, os caras usando cocaína nos pacientes e inventando cirurgias que hoje são corriqueiras e ali era meio chocantes. Clive Owen é o Dr. John Thackery, inspirado num personagem real, um médico ousado, genial, inovador, mal-humorado, que não segue regras, adora prostitutas asiáticas e é viciado em drogas. Lembrou alguém? Sim, meio um doutor House antigo, mas não é isso que importa. E aí um dos mantenedores do hospital dele indica um outro cirurgião, formado em Harvard, com experiência na Europa etc etc para ser seu número dois no comando da equipe cirúrgica. Só que o tal médico é negro, numa época e num país extremamente racista.
Daí surge o principal conflito da série: racismo, a condição dos negros, hospitais separados (e bem piores) só para negros etc etc. Só que o que poderia ser um embate belíssimo, uma discussão profunda e uma história ótima (o mais importante) não é nada disso. É uma série linda e bem dirigida e bem produzida. Mas faltam bons diálogos, faltam boas cenas. Tudo é previsível demais, óbvio, nada sutil, até meio raso.
Boas credenciais fazem você não querer largar a série logo, insistir porque pode melhorar. Mas a gente precisa de mais do que isso.
Aqui, "The Knick" passa no canal Max.
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