Diante da construção de colônia israelense em território palestino, a saída é a convivência.
Por Richard Furst*
Jaffa, Israel - Por mais utópicas que possam parecer, eu prefiro as ideias que servem para somar às propostas que mostram só um lado.
Como exemplos, de conceitos que eu não gosto, estão o sofrimento dos palestinos, a soberania israelense ou os motivos de combate de Israel e a culpa do terrorismo. Estes conceitos isolados são importantes e fundamentais na busca de uma resposta, mesmo assim é incrível ver os dois povos juntos.
Eu abro um sorriso quando vejo ideias que unem os dois povos, mesmo que na solução de dois estados (Israel e Palestina).
É o caso de "Daçando em Jaffa" (Dancing in Jaffa), filme dirigido por Hilla Medalia, premiado antes mesmo de ser lançado. A diretora raramente nos consegue transmitir o mesmo entusiasmo que Pierre Dulaine sente frente às crianças que dançam juntas: muçulmanas, cristãs, judias ou de famílias seculares.
Dulaine, um tetracampeão do mundo de danças de salão, decide levar o programa "Salas de aula dançantes" para Jaffa (local de onde eu escrevo este texto e cidade natal do dançarino).
Este é um lugar marcado pelas divisões entre as comunidades judaicas e israelense-palestinas. Porém, Pierre procura mudar a realidade ao colocar as crianças "dançando com o diferente" e procurando ensinar os pequenos ideais de tolerância, confiando uns nos outros. O israelense reúne cinco escolas distintas, após conseguir convencer vários pais e pedagogos.
Dulaine transforma suas vidas ao longo de quatro meses, o que confirma a convicção de que a arte pode preencher o ódio e fornecer os primeiros passos para uma mudança real.
"Dançando em Jaffa" fez parte da programação 2014 do 18º Festival de Cinema Judaico, em São Paulo.
Ainda falando de grandes exemplos envolvendo a arte entre os dois povos, a orquestra fundada pelo pianista e maestro argentino-israelense Daniel Barenboim e por Edward Said, um intelectual de origem palestina, em 1999, também rendeu outro documentário.
“Knowledge is the Beginning” (2006), de Paul Smaczny, conta a história da West-Eastern Divan, um grupo jovem baseado em Sevilha, Espanha, formado por músicos palestinos, também do Egito, Irã, Israel, Jordânia, Líbano, Qatar e da Síria. Cerca de 40% dos músicos são israelenses e 40% do mundo árabe; também há músicos espanhóis.
Sob um grande aparato de segurança, os músicos israelenses tocaram com a orquestra em Ramallah, na Cisjordânia, em 2005.
Há um ano, eu conheci um grupo de atores judeus que se apresentam para crianças palestinas. Com tantas dificuldades, as apresentações e oficinas são cada vez menores. Entretanto, nunca pararam de trabalhar e de se encontrar com novos adolescentes e crianças.
As ideias existem, estão em diversos pontos. Agora precisam virar moda, sem perder a tendência.
Dançando em Jaffa. Veja o vídeo:
Jaffa, Israel - Por mais utópicas que possam parecer, eu prefiro as ideias que servem para somar às propostas que mostram só um lado.
Como exemplos, de conceitos que eu não gosto, estão o sofrimento dos palestinos, a soberania israelense ou os motivos de combate de Israel e a culpa do terrorismo. Estes conceitos isolados são importantes e fundamentais na busca de uma resposta, mesmo assim é incrível ver os dois povos juntos.
Eu abro um sorriso quando vejo ideias que unem os dois povos, mesmo que na solução de dois estados (Israel e Palestina).
É o caso de "Daçando em Jaffa" (Dancing in Jaffa), filme dirigido por Hilla Medalia, premiado antes mesmo de ser lançado. A diretora raramente nos consegue transmitir o mesmo entusiasmo que Pierre Dulaine sente frente às crianças que dançam juntas: muçulmanas, cristãs, judias ou de famílias seculares.
Dulaine, um tetracampeão do mundo de danças de salão, decide levar o programa "Salas de aula dançantes" para Jaffa (local de onde eu escrevo este texto e cidade natal do dançarino).
Este é um lugar marcado pelas divisões entre as comunidades judaicas e israelense-palestinas. Porém, Pierre procura mudar a realidade ao colocar as crianças "dançando com o diferente" e procurando ensinar os pequenos ideais de tolerância, confiando uns nos outros. O israelense reúne cinco escolas distintas, após conseguir convencer vários pais e pedagogos.
Dulaine transforma suas vidas ao longo de quatro meses, o que confirma a convicção de que a arte pode preencher o ódio e fornecer os primeiros passos para uma mudança real.
"Dançando em Jaffa" fez parte da programação 2014 do 18º Festival de Cinema Judaico, em São Paulo.
Ainda falando de grandes exemplos envolvendo a arte entre os dois povos, a orquestra fundada pelo pianista e maestro argentino-israelense Daniel Barenboim e por Edward Said, um intelectual de origem palestina, em 1999, também rendeu outro documentário.
“Knowledge is the Beginning” (2006), de Paul Smaczny, conta a história da West-Eastern Divan, um grupo jovem baseado em Sevilha, Espanha, formado por músicos palestinos, também do Egito, Irã, Israel, Jordânia, Líbano, Qatar e da Síria. Cerca de 40% dos músicos são israelenses e 40% do mundo árabe; também há músicos espanhóis.
Sob um grande aparato de segurança, os músicos israelenses tocaram com a orquestra em Ramallah, na Cisjordânia, em 2005.
Há um ano, eu conheci um grupo de atores judeus que se apresentam para crianças palestinas. Com tantas dificuldades, as apresentações e oficinas são cada vez menores. Entretanto, nunca pararam de trabalhar e de se encontrar com novos adolescentes e crianças.
As ideias existem, estão em diversos pontos. Agora precisam virar moda, sem perder a tendência.
Dançando em Jaffa. Veja o vídeo:
*Richard Furst é jornalista e mora em Jerusalem.
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