quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quem vai ceder primeiro

19/11/2014  |  domtotal.com

Atentados na Cisjordânia ocupada por Israel e em Jerusalém Oriental diminuem, deixando população alerta para próximas demonstrações de ódio.

Por Richard Furst*
 
JERUSALÉM - Se levarmos em conta quem deu início aos atuais conflitos, os palestinos deveriam parar. Foram eles que se revoltaram na Esplanada das Mesquitas, que abriga o Domo da Rocha e a mesquita Al-Aqsa.
 
Soldados israelenses avançaram com bombas de efeito moral apoiados nas restrições à entrada no local, impostas por Israel - o que levantou ainda mais os nervos dos muçulmanos.
 
Porém, a reação dos palestinos veio diante o comportamento de judeus ortodoxos que querem rezar na Esplanada, comportamento proibido para o grupo. Ou seja, os judeus teriam que abrir mão, entrar em um consenso para esta onda de ataques. O resultado? Testemunhar novas manifestações de ódio e esperar que os ânimos se acalmem.
 
No momento em que a tensão começa a diminuir na Cidade Sagrada, após semanas de confrontos entre palestinos e a polícia israelense, um novo episódio da onda de violência que atingiu a Cisjordânia ocupada e provocou o tensões para a terceira Intifada, a revolta das pedras.
 
Faltam confirmações se a nova vítima da série de atentados entre palestinos e israelenses nacionalistas em Jerusalém é um homem de 32 anos e pai de dois filhos. O motorista de ônibus foi encontrado morto após ser enforcado em uma rodoviária. A polícia israelense acredita em suicídio, enquanto a família alega que judeus ortodoxos são culpados do assassinato.
 
No domingo (16), um israelense foi esfaqueado nas costas por um jovem palestino, que segundo a polícia, conseguiu fugir. O Hamas, grupo radical que controla Gaza, assumiu a autoria.

Guerra de espadas
 
Antes destes dois recentes episódios, outros esfaqueamentos mataram jovens dos dois lados. Atropelamentos provocados por palestinos, em estações de trem, deixaram vítimas e trouxeram medo aos turistas e moradores que precisam do transporte público todos os dias.
 
Há expectativa de novos tumultos. Diferentes movimentos e organizações palestinas em Jerusalém Oriental têm convocado greves, constantemente, para comerciantes, motoristas de ônibus e outros funcionários.
 
A cidade antiga de Jerusalém, normalmente cheia de lojas decoradas para o Natal, parece abandonada a noite. Uma mistura de frio, medo, revolta e, sim, um pouco de esperança.
*Richard Furst é jornalista e mora em Jerusalem.

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