12/12/2014 | domtotal.com
A “prova social” já foi (e continua sendo) usada na guerra para justificar holocaustos
Por Max Velati*
O nome científico é “prova social” e afeta todos nós em grande medida, várias vezes ao dia. A “prova social” é o impulso que nos faz acompanhar o fluxo, seguir com o rebanho, marchar com a maioria.
As sacolinhas que os pastores fazem passar de mão em mão são preenchidas não apenas pela fé no poder do dízimo, mas também pela “prova social”. O fiel à esquerda e a devota à direita colocam ali as suadas economias, então é melhor colocar também.
A força da “prova social” é muito antiga. Quando éramos caçadores percorrendo as savanas em busca de comida, era vital seguir o bando. Se todos subitamente corressem apavorados era melhor correr também e os que pararam para refletir ou para coçar a barba e examinar melhor a natureza do perigo acabaram devorados e excluídos da sopa genética.
Na sua definição mais simples a “prova social” diz que se um número grande de pessoas acredita em alguma coisa então deve ser verdade. E um número realmente grande basta como prova de que aquilo é verdade.
A “prova social” já foi (e continua sendo) usada na guerra para justificar holocaustos e na publicidade para aumentar o consumo. Também pode ser considerada a causa primeira de bolhas econômicas e o ingrediente secreto dos programas de comédia na TV que usam o som de gargalhadas para estimular o riso do telespectador. A “prova social” é especialmente útil nas eleições e razão pela qual os candidatos celebram quando os resultados das pesquisas indicam vantagem. Sabem que os indecisos tendem a seguir o grupo maior, correr com o bando. O problema é que a maioria pode estar correndo na direção errada, rumando ao encontro do verdadeiro perigo ou do perigo maior.
O candidato Aécio Neves e a presidente reeleita usaram sem moderação a “prova social”, prometendo perigos e pesadelos, tocando o rebanho nesta ou naquela direção. Foi assim que eliminaram a candidata Marina e por fim o bando maior seguiu a presidente ou o marqueteiro da presidente reeleita. Os perigos usados para nos fazer correr agora parecem pequenos diante dos perigos reais. Não ficamos livres das ameaças contra as quais prometeram nos proteger. O aperto econômico, os reajustes, os esquemas de corrupção, a inflação e a insegurança estão bem à frente; a fera faminta na direção exata para onde estamos correndo.
O antídoto para os malefícios da “prova social” é o discernimento, a capacidade individual de julgar, medir e avaliar sem usar como principal referência o simples fato de que assim afirma a maioria.
Como dizia o saudoso Millôr, “o livre pensar é só pensar”.
O nome científico é “prova social” e afeta todos nós em grande medida, várias vezes ao dia. A “prova social” é o impulso que nos faz acompanhar o fluxo, seguir com o rebanho, marchar com a maioria.
As sacolinhas que os pastores fazem passar de mão em mão são preenchidas não apenas pela fé no poder do dízimo, mas também pela “prova social”. O fiel à esquerda e a devota à direita colocam ali as suadas economias, então é melhor colocar também.
A força da “prova social” é muito antiga. Quando éramos caçadores percorrendo as savanas em busca de comida, era vital seguir o bando. Se todos subitamente corressem apavorados era melhor correr também e os que pararam para refletir ou para coçar a barba e examinar melhor a natureza do perigo acabaram devorados e excluídos da sopa genética.
Na sua definição mais simples a “prova social” diz que se um número grande de pessoas acredita em alguma coisa então deve ser verdade. E um número realmente grande basta como prova de que aquilo é verdade.
A “prova social” já foi (e continua sendo) usada na guerra para justificar holocaustos e na publicidade para aumentar o consumo. Também pode ser considerada a causa primeira de bolhas econômicas e o ingrediente secreto dos programas de comédia na TV que usam o som de gargalhadas para estimular o riso do telespectador. A “prova social” é especialmente útil nas eleições e razão pela qual os candidatos celebram quando os resultados das pesquisas indicam vantagem. Sabem que os indecisos tendem a seguir o grupo maior, correr com o bando. O problema é que a maioria pode estar correndo na direção errada, rumando ao encontro do verdadeiro perigo ou do perigo maior.
O candidato Aécio Neves e a presidente reeleita usaram sem moderação a “prova social”, prometendo perigos e pesadelos, tocando o rebanho nesta ou naquela direção. Foi assim que eliminaram a candidata Marina e por fim o bando maior seguiu a presidente ou o marqueteiro da presidente reeleita. Os perigos usados para nos fazer correr agora parecem pequenos diante dos perigos reais. Não ficamos livres das ameaças contra as quais prometeram nos proteger. O aperto econômico, os reajustes, os esquemas de corrupção, a inflação e a insegurança estão bem à frente; a fera faminta na direção exata para onde estamos correndo.
O antídoto para os malefícios da “prova social” é o discernimento, a capacidade individual de julgar, medir e avaliar sem usar como principal referência o simples fato de que assim afirma a maioria.
Como dizia o saudoso Millôr, “o livre pensar é só pensar”.
*Max Velati trabalhou muitos anos em Publicidade, Jornalismo e publicou sob pseudônimos uma dezena de livros sobre Filosofia e História para o público juvenil. Atualmente, além da literatura, é chargista de Economia da Folha de S. Paulo.
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